Violonista Rogério Caetano lança álbum solo
Um dos melhores e mais talentosos violonistas da atualidade que dedica sua musicalidade ao violão de 7 cordas é o goiano Rogério Caetano, 43, que também é arranjador, produtor musical e compositor.
Prova disso pode ser ouvida no novo álbum digital “Rogério Caetano Solo”, lançado nesta quarta-feira (8) nas plataformas de música, via Biscoito Fino. São com dez temas compostos especialmente para o violão de 7 cordas de aço pelo instrumentista, descritos no faixa a faixa no final do texto.
É Rogério Caetano quem destaca as suas influências musicais: “Minhas referências fundamentais do 7 cordas de aço são o Dino 7 Cordas e Raphael Rabello. Na parte de composição, tenho como referência neste trabalho Heitor Villa-Lobos, Agustín Barrios, Radamés Gnattali, Garoto, Hélio Delmiro, Marco Pereira, João Lyra e Yamandu Costa. As composições têm muito de choro, samba, baião, xote e também de valsa, somados a elementos da vanguarda do jazz”.
Para o violonista Sérgio Assad, o álbum “Rogério Caetano Solo” é um trabalho laborioso e que deveria servir de guia para todos aqueles interessados em ver o progresso que vem fazendo o violão de 7 cordas nas mãos de Rogério Caetano. “Trata-se de uma abordagem muito pessoal e praticamente única neste cenário nacional, onde o violão de 7 cordas começa a imperar. As músicas são ótimas, diversificadas, ousadas e habilmente construídas do ponto de vista formal e criativo.”
Leia, a seguir, o faixa a faixa que Rogério Caetano fez sobre o novo trabalho descrevendo suas composições. Ouça esse primor de álbum, gravado, mixado e masterizado por Diego do Valle, e produzido pelo próprio instrumentista e compositor. A foto da capa é de André Calvino e a arte, de Nário Nascimento. O prazer de escutar é seu.
1- “Valsa do Tempo”
A música “Valsa do Tempo” foi feita tendo o tempo como inspiração, mais especificamente o passar do tempo, e foi composta quando completei 40 anos de idade. É uma valsa que explora a técnica do ligado da mão esquerda de forma ascendente e descendente.
2- “Choro Bruto”
Foi composta inspirada na peça “Canhoto”, de Radamés Gnattali, e na linguagem violonística de Raphael Rabello. Seu nome é uma homenagem ao povo de Goiás, minha terra natal.
3- “Villa e Mangoré”
Foi composta em homenagem aos compositores do violão clássico Villa Lobos e Agustín Barrios. As referências a “Prelúdio nº 1” e “La Catedral”, desses compositores, são evidentes nessa peça.
4- “Tema das Águas”
A peça “Tema das Águas” foi composta em homenagem ao compositor, violonista e guitarrista Hélio Delmiro e teve como inspiração a introdução de uma música do homenageado, chamada “Das Cordas”.
5- “Dino 100 Anos”
Foi composta em homenagem ao Dino 7 Cordas na ocasião do seu centenário. Ela explora a região grave do violão de 7 cordas de aço e cita a introdução executada por Dino na gravação da música “Dança do Urso de Candinho”, com o conjunto Época de Ouro.
6- “Bem-Vindo”
É uma peça dedicada ao meu afilhado Francisco Caetano, composta no dia do seu nascimento. Há, nessa peça, referências aos violonistas e compositores Garoto e Marco Pereira.
7- “Caetano Maxixe”
É dedicada ao meu pai, apreciador do maxixe, e sua melodia traz as síncopes características do gênero.
8- “Lembrança Boa”
Foi composta e dedicada ao meu irmão Juninho. É um xote em compasso ternário.
9- “Forró das Palmas”
Tem como forte característica a repetição das notas com a utilização do polegar e o indicador na mão direita e possui influência do compositor e violonista João Lyra.
10- “Valsa D`Yamandu”
Foi composta em homenagem ao compositor e violonista Yamandu Costa. Faz referência à sua forma virtuosa e vigorosa de tocar.