Forrós, cocos e cirandas do rabequeiro Luiz Paixão esquentam o São João
Acontece nesta quinta-feira (24) o lançamento do álbum “Forró de Rabeca”, do mestre rabequeiro pernambucano Luiz Paixão, 72, sendo 60 deles dedicados ao instrumento de origem medieval.
O mestre rabequeiro é um griô, palavra que denomina pessoas vocacionadas a transmitirem e preservarem, além de saberes, as canções de seus povos. Filho de agricultores e de família de músicos-seu avô era o rabequeiro Severino Paixão-, com oito anos Luiz começou a trabalhar cortando cana e, segundo consta, foi a troco de uma galinha que ele conseguiu sua primeira rabeca.
O disco deste autêntico rabequeiro, lançado pelo Selo Sesc, estará disponível gratuitamente nos principais players de streaming e na plataforma Sesc Digital. São 14 faixas entre composições inéditas de autoria de Luiz Paixão e temas de domínio público, com participações de Siba e Renata Rosa.
Forrós, cocos, cirandas, cavalos-marinhos e sambas são o molho do belo prato oferecido por esse artista que, antes de influenciar uma geração de artistas nordestinos, aprendeu com a tradição familiar e os mestres da Zona da Mata Norte de Pernambuco.
Entre as músicas instrumentais e canções de “Forró de Rabeca”, o mestre assina “Samba da Santa”, “Baião Arrochado”, “Farol de Olinda” e a faixa-título “Forró de Rabeca”. Escritas em parceria com os músicos que o acompanham estão “Forró do Cambiteiro”, de Luiz Paixão com Guga Santos e Stef Pai Véio; “Menina Linda” e “Samba das Rabecas”, dele com Mina; “Dona Maria o Coco é Redondo”, dele com Sidraque; e “Ciranda da Macaxeira”, dele com Guga Santos.
Entre os temas de domínio público tidos como prediletos do mestre figuram ainda no disco “Amor Amor Amor”, instrumental que conta com a participação de Renata Rosa tocando rabeca; “Pé de lírio”, “Trupê do Cavalo”, “Urro do Boi”, e o coco de roda “Maria Pequena”, única faixa do álbum em que mestre Luiz Paixão canta.
Quem o acompanha são músicos, parceiros e amigos: Rodrigo Samico (violão 7 cordas, cavaco, baixo e guitarras); Guga Santos (caixa, ilu, pandeiro, surdo e tamancos); Mina (pandeiro, bage, ganzá e voz); Leandro Silva (bumbo, pandeiro, surdo, tamancos e zabumba); Stef Pai Véio (ganzá, maracas, pandeiro e tamancos); Sidraque (bage, ganzá, triângulo e voz); Maíca (bage e voz), e João Selva (voz/direção artística, produção musical e arranjos), como a banda base do álbum, além de um coro formado por esses músicos.
Gravado no estúdio Gargolândia, em São Paulo, com todos os músicos tocando juntos, em abril de 2020 -início na pandemia-, o disco tem uma pegada de “ao vivo”, embora cordas, coro e percussão tenham sido gravados depois, completando a massa sonora que remete à festa. A gravação, coprodução musical e mixagem da “festa” ficou a cargo de Gilberto Monte; a masterização foi feita por Felipe Tichauer.
Ouça e festeje bastante na segurança de sua casa. Afinal, 24 de junho é Dia de São João Batista. O mais famoso dos três santos de junho tem seu nome ligado às festas juninas, joaninas ou, simplesmente, festas de São João.
Boa festa!