Percussionista Nath Calan conquista oportunidades com a música cênica pela internet
O Música em Letras esteve com a percussionista, baterista e compositora paulistana Nath Calan, 43, em seu estúdio no bairro da Pompéia, em São Paulo, para entrevistá-la e gravá-la (veja vídeo no final do texto). Nesta apresentação, ela interpreta trechos de “Falo”, um solo no qual experimenta a relação entre o texto falado com um texto “dito” por instrumentos dispostos em uma bateria.
A peça, parte de uma série de três solos feitos para texto e percussão e divulgados em posts na internet, repercutiu de maneira muito favorável para a sólida carreira da instrumentista, pois rendeu a ela vários convites para trabalho, além de permutas e trocas de mensagens valiosas.
Na série de vídeos postados, o segundo solo, “Subalternidades do Atlântico Sul”, traz um texto falado de autoria do poeta e músico Danislau, acompanhado por um solo de moringa de Calan. O terceiro e último solo, a ser lançado às 18h desta terça-feira (18), é “Comemorando nossos Fracassos”. Nele, há um texto falado da cantora e compositora Blubell, com o som de um vibrafone. Os vídeos lançados estão disponíveis no Instagram, em http://@nathcalan, e no canal do YouTube da artista.
Para saber mais sobre a música cênica, que integra ações teatrais, gestos, palavras e criações de personagens com o ato musical de tocar um instrumento, além da formação de Nath Calan, suas guinadas de vida, conquistas e vitórias para chegar às posições que ocupa atualmente-timpanista na OSMS (Orquestra Sinfônica Municipal de Santos), desde 2007, e percussionista na Bachiana Filarmônica SESI SP, desde 2010- acesse https://musicaemletras.blogfolha.uol.com.br/2016/06/21/a-musica-cenica-de-nath-calan/.
Leia, a seguir, o que esta talentosa artista tem a dizer sobre a série de três solos que está sendo postada na internet, além de conhecer seu trabalho nas orquestras e como ela tem atuado durante a pandemia, entre outros assuntos abordados.
MÚSICA EM LETRAS–Como você tem enfrentado o período da pandemia com relação ao trabalho?
NATH CALAN–No início foi mais difícil. A questão sobretudo da maternidade [a artista é mãe de Benício, 3 anos de idade] apertou muito meus horários, que antes eram aliviados por uma grande rede de apoio formada por creche, babá, avós. Sem essa rede, eu e meu parceiro [Danislau, vocalista e compositor da banda Porcas Borboletas, escritor e professor de língua portuguesa e literatura] ficamos o tempo todo nos dividindo, com relação às tarefas de casa, do filho, e de cada qual com os seus trabalhos.
Logo, apertou em relação aos horários disponíveis para estudar e produzir. Paulatinamente passaram a surgir as lives e alguns compromissos dos meus trabalhos fixos (duas orquestras e uma escola) e aí fomos nos adequando. Depois, surgiu um momento de uma nova fase extremamente produtiva. Consegui lançar, juntamente com o sexteto de que faço parte, o “Seis com Casca”, um disco com a Leila Pinheiro, “Cenas de um amor”; rolaram muitos convites para lives e para participar de encontros de percussão, como o SiPerc da Bahia, o A442, VibrAções, EnconTRA, Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga, tanto pra falar, quanto para apresentar meu trabalho solo de música cênica; gravei uma faixa com Gustavo Ruiz e convidados para o Sesc, na série “Não repare a bagunça”; “Cedro”, com Donatinho, Gabriel Mayall, Samuel Fraga e Gustavo Ruiz; e por fim, ainda decidi iniciar o doutorado em Performance Musical da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), também dedicado à música cênica. Ou seja, rendeu bastante. A Bachiana [Orquestra] voltou a trabalhar no segundo semestre de 2020 e passamos a fazer lives, que foram muito importantes tanto para a orquestra quanto para cada um de nós, com grande repercussão e número de visualizações. Também gravei um DVD com o grupo que integro, o “Crianceiras”, com músicas de Márcio de Camillo, que musicou poemas de Manuel de Barros e Mario Quintana.
Por fim, fui convidada a integrar uma banda que é fruto total da pandemia e de encontros virtuais em que todos compõem. Em breve iremos lançar os dois primeiros singles (curiosamente cada um gravando seu instrumento de casa e com edições feitas pelo produtor musical). Essa banda é formada por Blubell, Vanessa Bumagny, Helô Ribeiro, Tatá Aeroplano, Malu Maria, eu e tem produção de Rô Fonseca.
Paralelamente a tudo isso, passei a tentar produzir mais sozinha, sobretudo [trabalhos de] música cênica, e também tive que me adequar às produções que exigiam gravações caseiras. Ou seja, o maior “corre”, para quem ainda está com a criança o tempo todo em casa.
O que você aprendeu por conta da pandemia?
Muitas coisas. Foi de fato uma ocasião para rever algumas posturas que eu tinha em relação ao excesso de trabalho e correrias. Por outro lado, uma certa resiliência teve que ser reafinada ou até aprendida mesmo. E por fim, em termos práticos, eu tive que aprender a me filmar, a tentar editar vídeos e sobretudo a gravar os áudios com mais qualidade, a operar programas de gravação usando os microfones que tínhamos em casa… e tudo isso para mim era um terreno muito novo, questões com as quais eu não estava acostumada a lidar. Mas estamos seguindo na luta desse eterno aprendizado. Também confesso que aprendi a meditar.
O que é a série desenvolvida durante esse tempo de pandemia?
A série é um conjunto de três solos que relacionam textos falados com solo de instrumentos, pensando qual instrumento pode se relacionar com o conteúdo daquele texto e de que forma. Como a busca por uma paisagem sonora condizente, dentro de uma ótica muito pessoal minha, daquele texto com aquele instrumento, possa se dar. Foi um experimento sonoro.
Como foi composta?
Eu previamente escolhi três textos e depois passei a buscar qual instrumento poderia me ajudar a deixar a mensagem daquele texto mais forte. Escolhi um texto meu, um segundo do meu parceiro Danislau e um terceiro da cantora e amiga Blubell.
O que motivou você a concebê-la?
Uma necessidade de criar e de tentar mostrar às pessoas tanto a música cênica quanto como eu via esses textos, como poderia ser interessante ouvir um texto acompanhado de um solo instrumental. Também me motivou a expectativa de me libertar de uma autocrítica, sempre muito severa, a qual não me permitia tentar tocar algo “meu”. Sempre buscando só por composições vindas de outras pessoas. Era uma vontade de tentar criar algo bem pessoal.
Quais os benefícios que essas postagem trouxeram?
Foi muito interessante que a primeira postagem [“Falo”] trouxe. Em primeiro lugar, um carinho, numa alta quantidade de mensagens e de retornos, o que me fez crer um pouco mais nessas possibilidades pessoais de criação. E também rolaram convites práticos e reais mesmo, como integrar um grupo de quatro mulheres que irão lançar solos para percussão, e cada percussionista fará uma relação desses solos (suas composições) com suas pesquisas mais pessoais de estudo. Isso irá integrar um livro de solos de percussão, todos compostos por mulheres, para alunos se iniciarem na linguagem música/corpo. Também rendeu uma permuta de aulas de bateria, com um baterista que sempre admirei bastante, o Diego Scliar, e por fim um convite para participar do Festival Internacional de Percussão de Curitiba, um grande e reconhecido evento. Por isso considero que foi muito positiva a iniciativa de criar para postar.
O que as pessoas devem ter em mente quando forem assistir à essa série?
Que a música cênica explora o hibridismo entre o teatro e a música, buscando uma nova forma de manifestação musical. Um resultado sonoro nem sempre muito habitual, mas que busca nos trazer alguns temas para reflexão.
O que você recomenda, artisticamente, para ser postado?
Recomendo que seja postado o que se gosta realmente de executar, tocar, descobrir, investigar. O que nos move de fato, realmente tem mais impacto. Talvez pensar no que vai agradar seja o caminho não adequado. E sim, pensar no que nos agrada. O resto é consequência.
Qual a maior dificuldade que você encontrou ao conceber a série?
Questões técnicas, ainda não totalmente resolvidas, de captação de imagem e de som. O último solo da série foi gravado e depois de tanto “sofrer” para deixar realmente em ordem a captação de som, a luz e a câmera, descobri, só bem depois, que fui muito mal no quesito “direção de arte”. O vídeo tem muitos objetos no fundo, no enquadramento, a luz não ficou tão boa quanto eu achava, enfim, não ficou aproveitável. Logo, terei que refazer. Então as questões técnicas, para resolver tudo sozinha, são ainda os meus maiores desafios.
Incontestável que se caracterizem como situações diferentes, mas entre tocar sozinha e tocar em outra formação, qual a que mais a satisfaz? Por quê?
Difícil mesmo essa pergunta. Porque cada um desses universos tem suas maravilhas e seus desenganos. Só para exemplificar: em distintas formações tem o prazer e a alegria da companhia do outro, ou outros, mas tem sempre lugares de impasses em relação a várias decisões, que muitas vezes podem causar desgastes. No solo tem a maravilha de não se desgastar com ninguém, mas há evidentemente uma “responsabilidade” bem maior, que recai sobre nossos ombros, em todos os níveis, geralmente desde a produção até a execução mesmo. Mas gosto muito de tudo. De tocar bateria com bandas, do meu trabalho solo de música cênica e de integrar orquestras. Todas as formações musicais são boas para mim.
O que é ser percussionista de duas orquestras?
É ter a oportunidade de tocar tímpanos e percussão em um repertório muito especial, em condições únicas, porque se toca com uma quantidade muito grande de pessoas ao mesmo tempo. Como timpanista na OSMS, desde 2007, e percussionista na Bachiana Filarmônica SESI SP, desde 2010, vejo isso como garantia de muito aprendizado. É diferente tocar com orquestra ou com banda. Por exemplo, a “manutenção” de um andamento…o percussionista muitas vezes é o responsável por essa ação, e na orquestra, com muitos músicos e quase sempre todos distribuídos ao longo de um palco grande (o que envolve uma preocupação até com o distanciamento versus viagem do som. Ou seja, quando você tocar será que estará atrasado ou adiantado?), torna a experiência muito rica. Como fazer para tocar realmente junto? E para ser o mais musical possível? Todas essas questões são aprendidas com a experiência na orquestra. Só para citar alguns exemplos, né? Ainda tem a questão com a regência, quando um maestro rege adiantado ou não, questões com os outros naipes, como se relacionar musicalmente com cada um deles, então, muita coisa mesmo.
O trabalho como integrante de orquestra é extenuante?
Não considero extenuante. Claro que quando há solos expostos demais, como costumamos dizer, a descarga de adrenalina é bem alta, e em geral há uma pressão sobre o músico. Isso pode sim cansar e desgastar naquele dia, por exemplo. Mas com o passar dos anos, também passamos a ficar cada vez mais à vontade e confiantes. Integrar uma mesma orquestra por alguns anos também acaba te dando um conforto de já conhecer o modo do maestro e daqueles músicos e todos pode ficar mais relaxados, no bom sentido. Sem muito stress. Ao menos nas orquestras nas quais eu toco, e isso inclui também a Jazz Sinfônica, com quem já fiz muitas apresentações. Sempre me senti à vontade, ou valorizada, e isso ajuda. Mas claro, existem espaços e espaços… Já passei por ocasiões muito desgastantes e considero isso responsabilidade de alguns maestros, que costumam ser exageradamente exigentes e ríspidos na forma de se comunicar com seus músicos. Realmente existem ambientes musicais onde tocar parece um eterno treino de nervos e uma eterna prova à sua capacidade técnica, que mais desgasta do que faz bem ao músico. Mas há quem, mesmo nesse ambiente, se sinta à vontade. Tenho a sorte de não estar num desses ambientes.
Você se realiza artisticamente mais fora ou dentro das orquestras?
Cada lugar traz uma realização. Tocar uma sinfonia empolgante, com muita ação para o timpanista, por exemplo, é uma das experiências que mais me realiza nas orquestras. É muito bom! E fora eu me realizo muito também em bandas, porque há um reconhecimento maior do seu trabalho enquanto indivíduo, e a interação com os músicos é mais íntima e gostosa. Também é muito bom!!! E, por fim, sozinha, com o música cênica, aí é o apogeu. Talvez essa seja a versão minha que mais me realiza. Mas reforço, eu gosto de tudo isso.
Qual a lição que o músico brasileiro deve aprender para edificar uma carreira?
Versatilidade, pontualidade, leveza de espírito nas relações interpessoais nos trabalhos, tudo pode contar mais do que a extrema habilidade técnica. E a versatilidade eu considero a questão mais importante. Ela nos salva em vários momentos e vai abrindo portas. Fica mais fácil para tentar construir uma carreira. Há quem possa pensar exatamente o oposto, que ser extremamente específico e especialista seja o caminho certo, mas na minha experiência pessoal sempre achei que ser versátil mais ajudou do que atrapalhou. Também acho importante estar bastante aberto a tudo, a cachês, experiências, novas turmas, novos sons, sempre mais disposto a topar os convites do que negar e por aí vai.
Ser percussionista no Brasil é…como ser qualquer outra profissão: se vira nos trinta e corre!
Percussionistas do Brasil deveriam…não vou dizer deveriam não, acho os percussionistas músicos unidos em geral, animados, dispostos, estudiosos… não sei o que eu diria em relação a deveriam…
Muita coisa melhoraria se maestros e maestrinas…confiassem o tempo aos seus percussionistas, sempre.
A relação de um instrumentista com seu instrumento é…uma relação de amor e ódio.
Para compor uma peça destinada à música cênica deve-se…pensar em ações cênicas que possam ir desde apenas gestos distintos dos necessários para tocar o instrumento, ou seja, um gestual cênico mesmo, até a inclusão de elementos artísticos os mais distintos como dança, mímica, expressões de fala até a criação de personagens.
Uma peça boa composta para música cênica é…uma peça que toca quem a vê, que emociona e, por fim, que traz questões para serem refletidas, ou ao menos eu gosto muito dessa ótica. Gosto quando uma peça de música cênica traz, por exemplo, questões políticas ou sociais para serem repensadas, revisitadas, revividas.
Uma peça ruim composta para música cênica é…uma peça sem charme, sem direção (na composição mesmo), tipo vai do nada para lugar algum, não incita nada…não tem graça, podendo ser extremamente longa e cansativa para quem a vê. Mas, sinceramente, eu não me lembro de uma peça assim.
No momento de escolher instrumentos para um texto deve-se…levar em consideração o timbre, a força daquele som, as possibilidades sonoras e o que esses elementos podem contribuir para a força do texto.
No momento de escolher um texto para instrumentos deve-se…na minha criação eu escolhi o texto pelo texto mesmo, para depois pensar em qual instrumento eu encontrava as melhores condições citadas na resposta acima. Mas cada compositor pode ter uma maneira muito peculiar e distinta da minha para fazer suas escolhas. Há até quem possa/queira/precise escolher um instrumento de acordo com o que ele tem para tocar!
A série rendeu o suficiente para que…após o convite para a participação do Festival Internacional de Percussão de Curitiba pudesse, através do cachê oferecido, convidar o compositor e grande guitarrista Moises Bernardes para escrever uma música nova, além de também poder contar com uma equipe de vídeo e som para a gravação dessa peça, já que os artistas convidados participarão de forma online, com o envio do seu material solo.
“Falo” é um texto sobre…a interrupção recorrente vivida pelas mulheres ao longo de suas falas. Algo tão simples e que denota extremo desrespeito. Não poder concluir suas ideias ou ser calada ao longo do tempo tem causa e consequência. O texto quer pensar em quais são essas causas. Daí nasceu o insight de que a mesma palavra que indica a ação de falar (falo, “eu falo”) seja a mesma palavra de falo (simbologia de um pênis ereto). E sempre somos tão interrompidas por questões claramente vinculadas ao machismo, que aí nos remete ao falo. A peça também menciona questões importantes como o lugar de um povo colonizado e calado historicamente, mas dentro desse povo ainda há a mulher, talvez a mais calada de todos.
Aliado ao som da bateria, esse texto fica…forte a ponto de que ninguém possa interromper. Quem irá interromper um solo de bateria? E uma mulher falando seu texto com as baquetas na mão? Essa foi a ideia, tornar o texto forte e ao mesmo tempo dizer: “Queremos falar, queiram nos ouvir, por favor, se precisar gritaremos (a bateria é um instrumento com capacidade para “gritar”, “falar alto”)”. E uma ideia também era usar a retórica de, em alguns momentos, tocar mais forte que a própria fala, confirmo que muitas vezes falamos, mas não somos ouvidas.
“Subalternidades do Atlântico Sul” é um texto sobre… colonização e o processo de esquecimento, apagamento de memórias da real história que tivemos enquanto colônia e de todos os processos por que passamos, e as consequências que esse apagamento traz até os dias atuais, como marcas profundas de preconceito entre raças, desigualdades, violência.
Aliado ao som de uma moringa, esse texto fica…com uma batida frenética, porque é muita coisa pra ser dita, é um texto por si só já mais recheado de palavras e de sonoridade, além de sentido também. Então muita coisa que está sendo dita ali precisa ser compreendida e que pede muitas notas, batuque, lembranças do que pudemos ser um dia, enquanto índios ou negros, com uma cultura do batuque, dos toques, dos grooves. Mas com um texto tão denso não daria certo tantas notas em um instrumento de emissão forte. A moringa oferece a possibilidade de trazer muitas notas, porque esse texto pede muitas notas, mas com um timbre suave que não impede a compreensão do texto. A moringa também tem um som de água, que pode remeter à natureza, e, de novo, para voltarmos e nos lembrarmos do que talvez fosse mais a nossa essência antes da colonização e da nossa “europeização”.
“Comemorando Nossos Fracassos” é um texto sobre…nosso comportamento nas redes sociais; o quanto, mesmo diante de uma pandemia, de um número assustador de mortes, um presidente tão incompetente e corrupto, enfim, o quanto mesmo diante de tamanho caos, ainda temos a tendência de aparecer só no nosso melhor humor, com a melhor autoestima. O texto propõe um repensar sobre como lidamos com nossos fracassos. Esse texto é também abrangente, tocando em questões como a chamada positividade tóxica, e nossas reações diante de tudo isso. Não é uma crítica e sim um convite à reflexão sobre todo esse momento conturbado.
Aliado ao som do vibrafone, esse texto fica…ilustrado, eu diria. A ideia foi literalmente trazer paisagens sonoras bem básicas e primordiais, como aliar positividade tóxica a sons doces e acordes bastante tonais e agradáveis, e momentos tensos do texto a uma sequência de notas que remetam a uma escala de notas aleatórias, sem um centro tonal. Também tem a relação de “um Brasil que não mudou de ano ainda (ainda em 2020)”, com uma subida em intervalos de quartas paralelas, para remeter a um passado musical. É uma montagem recheadas desses links entre o que é dito e uma visão pessoal de uma sonoridade que se relacione com aquele trecho.
Você concebeu essa série de três solos pensando em levar para as pessoas…a música cênica.
Assista, a seguir, o vídeo gravado com exclusividade pelo Música em Letras no qual Nath Calan interpreta pequenos trechos de “Falo”, de sua autoria.