Célia e Celma mostram, em live, com quantos ritmos se faz a MPB
As irmãs gêmeas, cantoras e pesquisadoras Célia e Celma Mazzei, 78, apresentam nesta quinta-feira (29), às 20, na página das duas do Facebook, https://www.facebook.com/CeliaeCelma e no canal das artistas no YouTube, https://www.youtube.com/user/CeliaeCelma, uma live abordando os 50 anos de carreira da dupla.
O Música em Letras entrevistou as irmãs que acumulam experiências suficientes para entreter e informar quem gosta de música popular brasileira.
“Neste momento de reclusão, a alegria é bem-vinda. Somos fascinadas pela cultura feita pelo nosso povo e apresentaremos ritmos contagiantes que ouvimos em nossas andanças pelo Brasil”, disse Celma sobre a curraleira, congado, cururu, ciranda, chamamé e carimbó, entre outros gêneros.
“A curraleira é um divertimento pouco ou quase nada conhecido, encapsulado em lugares como [a cidade de] Formosa, em Goiás. O congado é ainda muito vivo, em nossa região da zona da mata mineira; o congo, no Espírito Santo, é uma manifestação que nos deixou boquiabertas quando constatamos sua beleza e pujança, pois são mais de 80 bandas de congo em atividade, em todo o estado. Em seu início, esses grupos foram registrados por dom Pedro 2º, em seu célebre diário, quando, em 1860, ele esteve no interior do Espírito Santo”, disse Célia.
Sobre o cururu, Celma ressalta suas diferenças: “O cururu do Mato Grosso surgiu nas missões jesuíticas, diferente do desafio do cururu paulista, do médio Tietê, gênero que o folclorista e autor Cornélio Pires trouxe à luz, em 1910”.
Sobre ciranda, chamamé, e carimbó, entre outros gêneros, as artistas prometem tecer observações valiosas na live com duração de uma hora. “Estaremos à disposição para os internautas perguntarem o que quiserem”, disse uma das irmãs que foram motivadas a conhecer essas entre outras riquezas folclóricas pelo soteropolitano Edison de Souza Carneiro (1912-1972), escritor especializado em temas afro-brasileiros e etnólogo comprometido com os estudos sobre a cultura afro-brasileira.
Militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Edison Carneiro, além de amigo e camarada de partido do escritor baiano Jorge Amado (1912-2001) e do pintor argentino Carybé (1911-1997), foi professor de folclore de Celma e Célia quando as duas estudaram no Instituto Villa-Lobos, no Rio de Janeiro, nos anos de 1970.
Na live, o resumo dos conhecimentos que a dupla adquiriu em décadas de caminhadas pelo país, com músicas ilustrando cada tema, conta com a participação de Álvaro Couto (acordeom e direção musical), Giovanni Matarazzo (viola e violão), e Douglas Alonso (percuteria).
Bons show, aprendizagem e descobertas!