Alulu lança ‘Albinho’ com sete faixas e um videoclipe, brincando

O Música em Letras entrevistou a carioca Luiza Paranhos, Alulu, 21, que nesta terça-feira (20) lança, nas plataformas digitais, o videoclipe de sua composição “Botânica”, além de sete faixas-descritas por ela, no final do texto-do que a artista alcunhou de “Albinho”, lançado pela distribuidora Altafonte, produzido no estúdio Reurbana, e editado por Z&D produções.

O link para assistir ao videoclipe é https://www.youtube.com/watch?v=BTGssKkxzHQ&t=22s&ab_channel=AluluParanhos e para acessar o “Albinho” é https://links.altafonte.com/alulu

Alulu ainda não tem seu trabalho conhecido pelo grande público, mas já recebeu opiniões de alguns veteranos da cena musical. Entre alguns depoimentos sobre ela consta o de Caetano Veloso que diz:”Gostei muito da cara dela e do que ela diz”; o da cantora Céu: “Essa menina chamada Luiza Paranhos tem uma coisa interessante, meio bruxinha, hype, meio crítica, meio debochada”; e do cantor e compositor Toni Guarrido: “Alulu me encanta, Alulu me confunde porque Alulu é encanto, Alulu é confusão… UAU… aí então eu vejo uma criança, logo em seguida eu vejo uma mulher, por fim eu vejo uma artista”.

Alulu (Foto: Divulgação/Gota Estúdio)

Leia mais sobre essa carioca da gema e parte da nova geração de artistas que se expressam pela arte de amealhar os sons, letras e imagens em https://musicaemletras.blogfolha.uol.com.br/2020/12/21/abra-olhos-ouvidos-e-alma-para-a-arte-singela-de-alulu-paranhos/.

Aproveitando a ocasião do lançamento dos novos trabalhos, solicitei a Alulu que completasse as seguintes frases.

Simplicidade se consegue…

Quando vem uma pandemia, tudo vira de cabeça pra baixo; o que existia de mais importante é proibido e tudo que se consegue fazer já é muito. O simples soa então como única alternativa pra fazer grandes desejos acontecerem. Eu diria que o antigo simples é hoje o simples criativo.

Para conservar minha singeleza de menina vou…

Continuar levando minhas brincadeiras a sério. Brincar pra valer, com as nuvens, o vento, as letras e clipes. Como sempre falo: não confunda brincadeira com tolice.

O simples é o contrário do fácil porque…

Porque fazer o simples é difícil (risos), principalmente nesses tempos de pandemia. Contudo, acho que a simplicidade vem também da lapidação de algo, e se lapidar exige esforço, tempo, perrengue. A facilidade você encontra pronta, não precisa de lapidação.

Fazer o “Albinho” foi simples porque…

Eu tinha vindo de uma lapidação muito forte antes de compor as músicas do “Albinho” Cantava numa banda chamada Forró de Pife, que se apresentava, pelo menos duas vezes na semana; na Cia Folclórica da UFRJ; tinha outra banda chamada “Aquela Jararaca”; e fazia faculdade de dança. Todos esses movimentos me fizeram crescer muito. Quando chegou a pandemia, e eu estava sozinha no meu quarto, foi como um sopro. Compus tudo, tinha as referências na minha cabeça, a estética. Tudo foi se encaminhando e lapidando fluidamente, foi difícil, mas eu queria muito.

Fazer o “Albinho” foi complexo porque…

Bota máscara, passa álcool, fulano está com suspeita de corona, o presidente faz um discurso genocida, não é esse timbre que eu quero, não gostei do clipe, tô com suspeita de corona, etc.

Alulu (Foto: Divulgação/Gota Estúdio)

Das sete músicas do “Albinho” estou mais apaixonada por…

“Botânica”, porque é uma música que diz muito sobre o que eu levo da vida, nos melhores dias. É uma reza, onde a oradora é uma flor. Sobre nascer, se expandir, os desafios e inseguranças de florescer, arriscar, florescer e morrer. Sempre que ouço sorrio, principalmente no final.

Fazer um videoclipe é…

Exprimir-se em imagens, movimentos e história, combinar as cores e takes. É dar mais personalidade pra música.

Ao assistir o videoclipe o público deve ter em mente que…

Brincar é essencial para se manter descomplicada, o que atualmente é urgente.

Ao ouvirem as músicas do “Albinho” o público deve ter em mente que…

Brincar é essencial para se manter descomplicada, o que atualmente é urgente.

Compor uma música é…

Vir uma letra com melodia na cabeça no meio do nada, sentar e desenvolver o resto.

Ao terminar de gravar o “Albinho” percebi que minha vida mudou em…

Ter dado um passo muito interessante no meu florescer, na parada profissional. Dei uma boa calejada! Criar é diferente de produzir. Produzir exige sentar a bunda por horas, são várias etapas. Acho que é igual a ter uma filha…Transar (criar) é bom, mas depois tem que parir, nutrir, ensinar, lapidar (produzir)…e é sobre isso! Estou começando e o começar é tudo isso.

Capa do ‘Albinho’ (Foto: Divulgação/Ana Beatriz Barbosa)

FAIXA A FAIXA DE “ALBINHO” POR ALULU

1-“Botânica”

Um dia comecei a pensar “De onde eu vim”? Olhei em volta e percebi que nasci em um bairro que abriga um dos maiores jardins Botânicos da América Latina. Se eu nasci em um jardim, sou eu flor também? Comecei a me chamar de “Botânica”! Daí surgiu o refrão da música. O resto é uma reza. Sobre nascer, se expandir, os desafios e inseguranças de florescer, arriscar, florescer e morrer. De ouvir todos os dias de manhã para confiar no seu caminho “chuva molhe meu caos, molhe de fininho, quando eu precisar desabrochar os meus cantinhos”. “Mas por que tu ainda duvida, eu sou tão linda, eu vou florescer e você vai ver…”

2-“Bicicletinha”

Mais conhecida como a melhor amiga de Alulu. “Bicicletinha” é sobre autonomia de escolher os caminhos a trilhar “indo atrás das minhas metas pelo caminho que me interessa”. Quem tem uma, sabe.

Alulu (Foto: Divulgação/Pepe Rodrigues)

3-“Ela quer limão”

O mais famoso e imbatível remédio da sociedade contemporânea naturalista, o limão! Para acalmar medos e stress, Dá uma limonada.

4-“Amor telasss”

Primeira música composta e gravada por mim na pandemia. Para mim a maior representante do que é, e foi,  o amor na pandemia.

5-“Hoje não dá”

Um paralelo entre produtividade e sexualidade mergulhado em uma balada reggae dançante. Diz ela, “Sou pra mim produtiva, proveitosa e lucrativa se estiver molhada”.

6- “Vontade louca”

Composta no auge da quarentena com a parceira Julia Hue, uma das músicas mais dançantes do “Albinho”. “Do coração direto pra boca, sem mastigar, sem digerir”, referência à música “Caso Sério” de Rita Lee.

7-“Botânica” (Botanical version)

Como tudo começou: voz, mata, bichos e seres místicos. “Botânica”, iniciando e finalizando o disco, no início cheia, e no final vazia, despida, nua.

Alulu (Foto: Divulgação/Estúdio Gota)