Viola caipira conquista seu espaço com propriedade

A partir desta quarta-feira (24) estará disponível nas plataformas digitais, sob a curadoria do pesquisador, professor e exímio violeiro Ivan Vilela, a nova coletânea de “Viola Paulista”, trazendo quatro violeiros das regiões de Campinas e Piracicaba: Fernando Caselato, João Arruda, João Paulo Amaral e Zé Helder.

O projeto traça um mapeamento do instrumento no estado de São Paulo, com 20 artistas de carreiras consagradas, incluindo mulheres que tocam viola caipira, com propriedade.

Há muito que a viola caipira tem ocupado salas de concerto, além de enriquecer festejos comumente realizados em praças, coretos e cidades do país. O projeto de Ivan Vilela começou, em 2018, com o lançamento da primeira edição de “Viola Paulista” (Selo Sesc), apresentando ao público múltiplas sonoridades desse instrumento, por meio de faixas instrumentais e cantadas com artistas e grupos diversos.

O mapeamento etnográfico abrange todo o território do estado. São tocadores das regiões de Avaré, Bauru, Campinas, Piracicaba, São José do Rio Preto e Sorocaba.

Em “Viola Paulista-Volume 2” a presença de violeiros que conciliam suas carreiras artísticas com a de professores em escolas de música, levando o ensino da viola caipira a instituições onde a cultura da escrita e da erudição prevalecem é de muita valia, pois este é um trabalho muito importante para a formação de futuros tocadores e de ampliação desse movimento cultural.

O violeiro Fernando Caselato (Foto: Divulgação)

Fernando Caselato é professor no conservatório de Ourinhos, cidade que fica na região oeste do estado, onde vive atualmente. Caselato mostra de sua autoria “Chão Vermelho”, composição na qual utiliza a afinação alcunhada de “cebolão”, em ré.

O violeiro Zé Helder (Foto: Divulgação)

O violeiro Zé Helder mora em São Paulo. É ele quem interpreta, cantando e tocando, a canção “Do Oco da Viola ao Borralho do Fogão: a Moda Pós-rural”, na companhia de Fabrício Santos (violão e voz) e Guilherme Cordeiro (contrabaixo). A afinação usada é a “cebolão”, em mi.

O violeiro João Paulo Amaral (Foto: Divulgação)

Nascido em Mogi das Cruzes e atualmente morando em Campinas, onde há dez anos é diretor e regente da orquestra Filarmônica de Violas, João Paulo Amaral começou tocando guitarra antes de migrar para a viola. O músico também é professor de viola na Escola de Música do Estado de São Paulo-Tom Jobim (EMESP Tom Jobim). Nessa coletânea interpreta “Linha Motriz”, peça instrumental de sua autoria, na qual utiliza a afinação “sobre-requinta”, conhecida por “cebolinha”.

O violeiro João Arruda (Foto: Divulgação)

Outro representante de Campinas é o violeiro João Arruda. Com sua viola de cabaça, construída por Levi Ramiro-músico excelente que está na primeira coletânea de “Viola Paulista”-, João Arruda mostra “Ayuna” com a afinação, “rio abaixo”.

Esta é uma ótima oportunidade para conhecer mais sobre a viola caipira e se deliciar com seu som através de profissionais incríveis. Acesse https://sesc.digital/colecao/viola-paulista2, aprenda e divirta-se, sempre da segurança de sua casa.