Lançamento de ‘Esmerilhando’ nesta sexta-feira (25) sinaliza que vem coisa boa por aí
Um trio formado por instrumentistas e compositores excepcionais lança nesta sexta-feira (25), nas plataformas digitais, uma versão da música “Esmerilhando”, do violonista de 7 cordas Gian Correa, indicando que pode ter disco bom chegando aos nossos ouvidos.
O Música em Letras ouviu a arrebatadora versão da música e entrevistou seu compositor, além de mais um dos outros três integrantes do trio, o baterista Edu Ribeiro, que junto com o sanfoneiro Mestrinho e Gian Correa arrebentam tocando juntos.
A música “Esmerilhando” já foi brilhantemente gravada pelo quarteto formado pelo pianista André Mehmari, o bandolinista Fabio Peron, o baterista Fernando Amaro e o violonista Gian Correa, no CD “ESMÊ”, que combina os gêneros musicais jazz tradicional e choro, prestando uma bela homenagem ao compositor cavaquinista, contrabaixista e violonista paulistano Esmeraldino Salles, para comemorar seu centenário de nascimento em 2016.
Segundo Gian Correa, autor de “Esmerilhando”, a música é “um choro ou um samba-choro talvez”. Foi composta, em 2016, imaginando como o mestre Esmeraldino comporia um choro atualmente. “Essa gravação do trio é muito mais solta, colocamos pra fora um pouco do jazzman que há dentro de cada um de nós. Além de soar um trio de jazz abrasileirado, com o violão de 7 cordas fazendo as vezes do contrabaixo acústico, e o acordeon no lugar do piano”, disse Correa.
Para o artista é importante que as pessoas observem “o pega-pega que tá rolando, pois interagimos bastante, um comprando a ideia do outro”.
Gravada pelo trio em 2017, com todos tocando junto, na sala do estúdio YB Music, na Vila Madalena, em São Paulo, pelo técnico Carlos Cacá Lima, a produção do fonograma visava abocanhar um edital no qual os três músicos se inscreveram para gravar um disco, mas não foram contemplados. “Achamos um pecado deixar esse take na gaveta e estamos mandando para o mundo. Depois de reouvir esse single, guardado há três anos, voltamos a falar sobre gravar um disco com esta formação; estamos aguardando apoio financeiro para poder realizá-lo”, falou Correa ao blog.
Perguntei ao baterista Edu Ribeiro, o que as pessoas devem ter em mente quando forem escutar essa versão de “Esmerilhando” do trio. “Uma música fresca, fruto do primeiro encontro em estúdio de três músicos que nunca haviam gravado juntos, guardada na gaveta por vários anos e que me provoca uma surpresa muito boa quando ouço.”
Segundo o baterista, o fato de terem gravados juntos traz, durante a pandemia da Covid 19, além de saudade, um aprendizado. “Sempre gravamos todos juntos. Gravar separados, só agora na pandemia, mas estamos torcendo para tocarmos juntos em breve. A piada pode até ser engraçada pela internet, mas perde todo o brilho no olho de quem está contando. Gravar junto é registrar a respiração do outro junto da sua, é eternizar um momento. Isso pode até ficar mais perfeito se fizermos de novo, consertarmos um ou outro deslize, mas nunca terá a mesma espontaneidade. Esse frescor é o que nos move a experimentar outras possibilidades, a arriscar. O músico é reativo, ele age esperando a reação do outro, e isso pode não ter fim. Se gravássemos hoje seria completamente diferente.”
O trio pretende lançar um álbum, ainda sem nome ou repertório definido, mas com vontade de realizar um registro de música genuinamente brasileira. “Cada um deverá revirar seus baús e trazer composições que combinem com o que pensa do outro. Trazer assuntos que saibamos que vai fazer nossa conversa fluir e demandar esforço para chegarmos em algum lugar aonde nunca estivemos”, disse Edu Ribeiro.
Só nos resta torcer para que tudo flua como o som dos três exímios músicos nesse registro de “Esmerilhando”. E, que o novo disco seja elaborado, produzido, gravado e mixado no “flow” da seriedade e dedicação absoluta que esses três artistas têm em relação à música.