Não me desafiem, sou covarde
Ultimamente é comum encontrarmos no Facebook desafios propostos por amigos e amigas. Entre eles, o de elencar dez discos que surpreenderam musicalmente a pessoa em algum momento de sua vida.
Quando leio em um post a frase “Atendendo o desafio da amiga…”, penso: lá vem essa merda de novo.
Por quê? Porque simplesmente tenho rejeição imediata a esse tipo de desafio. Além disso, não aceito esse tipo de convite, mesmo já tendo recebido alguns quase irrecusáveis, vindos de pessoas muito queridas. Na real, minha vontade é de escrever: “Atendendo o desafio do amigo fulano de tal, vão para … Não me peçam para dar de graça a única coisa que posso cobrar por ela”.
Sim, eu sei, é indelicado e não haveria porque escrever isso diante de uma brincadeira que ajuda a passar o tempo -principalmente na atual conjuntura-, conhecer o que ainda não se conhece e ainda por cima dar uma bisbilhotada e sacar o gosto da pessoa. Diga-me o que escutas e te direi quem és.
Contudo, neste sábado (30), ao abrir o Facebook, deparei-me com a fatídica frase postada na página da cantora e compositora Ana de Hollanda, irmã do Chico de mesmo sobrenome. “Porra até tu, Ana?”. Não é que me surpreendi? Atendendo esse desafio, Ana escreveu um texto repleto de informações e delicioso de ser lido.
Nele, a ex-ministra da Cultura revela, generosamente, o impacto musical que o disco da trilha sonora da peça teatral “Morte e Vida Severina”, composta por seu irmão, teve em sua vida.
A peça foi escrita por João Cabral de Melo Neto (1920-1999) entre 1954 e 1955. O escritor Roberto Freire (1927-2008), então diretor do Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (TUCA), pediu para Chico Buarque musicar o poema para a montagem da peça. O resultado todos já sabem.
Se você não sabe, leia o texto, riquíssimo em conteúdo, na página da irmã do Chico, Ana de Hollanda, em https://www.facebook.com/profile.php?id=100008235408226 . Mas não me desafiem, sou covarde.