Músico que leva o som dos atabaques para a bateria se apresenta em São Paulo
No início de novembro, Tito Oliveira estará em São Paulo para apresentar sua arte percussiva em três situações distintas. No sábado (9), o músico participa, tocando bateria, no Auditório Ibirapuera, do show de lançamento do CD “Autêntica”, da cantora Margareth Menezes, disco do qual foi produtor e show do qual é diretor musical. Na segunda-feira (11), Tito Oliveira encabeça um workshop sobre ritmos afro-brasileiros, no Instituto de Bateria Vera Figueiredo; e na quarta-feira (13), o artista apresenta, no Jazz Nos Fundos, o show de seu CD “Magiô”, recebendo como convidado o contrabaixista, arranjador, compositor e produtor Marcelo Mariano.
O Música em Letras entrevistou Tito Oliveira e gravou, com exclusividade para o blog, o músico executando o ijexá, um dos ritmos afro-brasileiros que documentou no livro “Ritmos Afro-Brasileiros na Bateria” (assista ao vídeo no final do texto).
Saiba mais, a seguir, sobre Tito Oliveira, músico que já tocou em shows acompanhando João Donato, Rosa Passos, Omara Portuondo, Roberta Sá, Daniela Mercury, Alaíde Costa, Margareth Menezes e Mart’nália, entre outros artistas.
O produtor, baterista e percussionista Tito Oliveira, 49, nasceu na cidade de Castro Alves (BA), onde também nasceu o afamado poeta. Contudo, diferentemente de seu conterrâneo, Tito Oliveira usa os sons, ao invés de palavras, para expressar sua arte. Mas como a música acontece mais na cidade de Salvador do que em Castro Alves, Tito Oliveira adotou a capital baiana para morar há quase 30 anos.
O pai de Tito Oliveira, José Oliveira, morto em 2016, tocava sax alto e tenor em uma das mais importantes bandas de baile da Bahia, a banda Oliveira, ainda ativa em seus 55 anos de existência.
Tito Oliveira tocava desde os 13 anos, mas sem o conhecimento do pai. Quando já se apresentava em um trio elétrico, o Estrelar, o pai ficou sabendo dos dotes musicais do filho. “Quando ele soube, disse: ‘Epa, agora venha trabalhar comigo’. Eu tinha quase 16 anos quando entrei para a banda Oliveira, que hoje está na terceira geração”, contou o músico.
Autodidata, Tito Oliveira sempre observou muito outros músicos tocando para adquirir a habilidade e desenvoltura musical que o acompanham. Para ele, o pouco é muito, e isso se reflete em seu som. “Tive algumas aulas de teoria com músicos profissionais, mas isso foi depois que eu já estava tocando”, falou ao blog.
O livro “Ritmos Afro-Brasileiros na Bateria” é resultado de uma pesquisa realizada por Tito e o saxofonista, educador, compositor e arranjador baiano Letieres Leite, 59, maestro da Orkestra da Rumpilezz, que esbanja musicalidade em meio às suas composições para instrumentos de sopro e percussão. “Trabalhamos juntos há mais de dez anos no quinteto em que tocamos ritmos afro-baianos, ou melhor, afro-brasileiros. Esses ritmos revelaram para nós o caminho do jazz, por ser uma coisa bem aberta para o improviso. O que fazemos é o afrojazzbaiano”, disse rindo o músico sobre o grupo formado por Letieres Leite (flauta e sax), Luizinho do Jêje (percussão), Edson Galter (contrabaixo acústico), Marcelo Galter (teclados) e Tito Oliveira (bateria). Recentemente o quinteto lançou o álbum “O Enigma Lexeu”.
A ideia de registrar a maneira diferente de Tito Oliveira tocar os ritmos afro-brasileiros, fazendo a adaptação da percussão dos atabaques para a bateria, foi aventada por Letieres Leite, o que motivou o percussionista a escrever o livro sobre os ritmos vassi, aguerê, ijexá, e sobre as diferentes modalidade de samba, como o samba-afro, samba de roda, samba reggae e kabila. “O livro tem algumas dicas desses ritmos e um CD com a gravação de cada um deles, o que ajuda as pessoas a tirarem suas dúvidas.”
O autor já apresentou o conteúdo do livro no Conservatório de Tatuí, no Conservatório Souza Lima, na EMESP (Escola de Música do Estado de São Paulo), em escolas particulares de música, além das universidades de João Pessoa, Natal, Salvador e na UNIRIO, entre outras. “Além de vários lugares no Brasil, também apresentei esse material, sempre com muito sucesso, em Nova York, na Berklee College of Music, em Boston, em duas universidades de Atlanta, em uma do Mississipi e em New Orleans.”
Segundo o artista, esse é o único livro que traz a sonoridade dos atabaques rum (grave), rumpi (médio) e o lê (agudo) pesquisados e adaptados para a bateria. “O rum foi para o bumbo e para o surdo da bateria; o rumpi para as peças de som médio; e o lê é tocado em pratos e outras peças com sons mais agudos.”
Marcelo Galter (pianos), Sidiel Vieira (baixo), Tércio Guimarães (saxofone) e Rudson Daniel (percussão) são os músicos que acompanham Tito Oliveira no show que acontece no Jazz Nos Fundos, dia 13, com a participação de Marcelo Mariano no contrabaixo.
Informações sobre o artista e sobre livro – vendido em São Paulo na loja Freenote, no Rio de Janeiro, na Maracatu Brasil, e em Salvador, na Fox Trote –, você encontra em http://titooliveira.com.br
Assista, a seguir, ao vídeo gravado com exclusividade pelo blog, no qual o músico Tito Oliveira toca um ijexá na bateria.
SHOW DE LANÇAMENTO DO CD “AUTÊNTICA” DE MARGARETH MENEZES
QUANDO Sábado (9), 21h
ONDE Auditório Ibirapuera Oscar Niemeyer , av. Pedro Álvares Cabral, Portão, 2, São Paulo, tel. (11) 3629-1075
QUANTO De R$ 15 a R$ 20
WORKSHOP RITMOS AFRO-BRASILEIROS COM TITO OLIVEIRA
QUANDO Segunda-feira (11), às 20 horas
ONDE IBVF (Instituto de Bateria Vera Figueiredo), r. Min. Ferreira Alves, 646, Pompeia, São Paulo, tel. (11) 3864-3509
QUANTO Informações e inscrições, tel.(11)3864 3509 ou WhatsApp:(11) 95685 7909
SHOW “MAGIÔ” DE TITO OLIVEIRA
QUANDO Quarta-feira (13), às 21h
ONDE Jazz nos Fundos, R. Cardeal Arcoverde, 742, Pinheiros, São Paulo, tel. (11) 3088-0645
QUANTO De R$ 20 a R$ 30