Eduardo Gudin faz show de lançamento de CD com Léla Simões em São Paulo

Nestas quinta-feira(26) e sexta-feira o compositor, arranjador e violonista paulistano Eduardo Gudin faz duas apresentações no Sesc Pompéia, ao lado da cantora paulista Léla Simões, mostrando músicas que os dois gravaram no CD “Eduardo Gudin e Léla Simões”,  já disponível nas plataformas digitais.

O Música em Letras esteve na última quarta-feira com os dois artistas e, além de entrevistá-los, gravou, com exclusividade para o blog, duas músicas que fazem parte do repertório do novo disco e dos shows em São Paulo (assista aos vídeos no final do texto).

Léla Miguel Simões, 39, nasceu em Campinas, no interior de São Paulo, e mora na capital há 37 anos. Iniciou sua formação musical por meio do piano, antes de estudar violino na EMESP (Escola de Música do Estado de São Paulo) durante oito anos, influenciada pelo pai, Paulo Simões, violista morto em 2012, que integrou a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo por mais de 30 anos.

Com a morte do pai, Léla, que é contralto, ficou um tempo sem tocar violino e passou a cantar. Uma noite foi ao Bar do Alemão, em São Paulo, e cantou. O proprietário do bar, Eduardo Gudin, estava presente e se encantou com a voz da moça.

Inicialmente, “Eduardo Gudin e Lela Simões” contava com dez faixas, contudo uma nova composição feita por Gudin e Arnaldo Antunes entrou de última hora no CD, que ainda não está disponível fisicamente. “O disco chega em novembro, pois deu uma atrasada por questões burocráticas, mas nas plataformas digitais ele já está disponível. Na entrada dos shows, no Sesc, teremos um painel com todas as informações sobre o CD”, disse o compositor.

Sobre o disco, Gudin conta que primeiro gravou com Léla para depois pensar nos arranjos de cordas, mas acabou percebendo por meio do som que os dois estavam produzindo, apenas com voz e violão que o direcionamento do disco teria de ser outro. “Estava tocando o instrumento de uma maneira mais efetiva. Quando percebi isso, achei que não valia a pena colocar mais nada, só o violão e a voz, com uma percussão de leve, uma bateria e um contrabaixo”, falou o artista que chamou para engrossar o caldo nos shows o contrabaixista acústico Jorge Helder, o baterista Edú Ribeiro, o percussionista Léo Rodrigues e a pianista Naila Gallotta, além de contar com a participação especial do cantor Renato Braz.

A partir da esquerda, Naila Gallotta, Jorge Helder, Edu Ribeiro, Léla Simões e Eduardo Gudin (Foto: Carlos Bozzo Junior/Folhapress)

No disco – o 17º da carreira de Eduardo Gudin e o primeiro de Léla Simões –,  o compositor e instrumentista cantou, tocou violão e fez os arranjos para Léla Simões brilhar com sua voz, violino e ganzá. Os dois ainda foram agraciados pelo som do contrabaixo acústico de Jorge Helder e da bateria de dois craques, Jorginho Saavedra e Edú Ribeiro. Laércio Chiamarelli e Osvaldo Reis tocaram timba e Sylvinho Mazzucca mostrou o poder de seu contrabaixo na faixa “Somos nóis”, de Eduardo Gudin e Arnaldo Antunes. O cantor e compositor Toquinho cantou na faixa quatro, “Mão de Orfeu”, de Eduardo Gudin, Toquinho e Paulo César Pinheiro, música feita em homenagem ao violonista Baden Powel (1937-2000). Quem também colaborou nessa faixa foi o cantor Renato Braz, que ainda participou da faixa dois, tocando ganzá, em  “Samba de Verdade”, de Eduardo Gudin e Costa Neto.

Segundo Léla, as músicas de seu primeiro CD exigem bastante, tecnicamente, de quem as canta. “Tive de estudar muito todas elas, preocupando-me com os lugares certos para respirar, além de ficar bem atenta a cada detalhe,  pois são muitas as nuances. Por exemplo, nas músicas ‘Luzes da Mesma Luz’, do Gudin e do Sérgio Natureza, e ‘Alma’, do Gudin e do Cacaso, tive de trabalhar bastante por conta da coloração e da dificuldade técnica que elas apresentam. As duas têm passagens muito delicadas, com pulos de notas e variações de tessituras; se você não prestar atenção não as executa de uma maneira legal.”

Capa do CD ‘Eduardo Gudin e Léla Simões’ (Foto: Carlos Bozzo Junior/Folhapress)

Para Eduardo Gudin,  o novo disco apresenta um encontro de um compositor com uma cantora “de maneira clara”. “Toquei o violão, ritmicamente, de um modo mais incisivo para que não precisássemos de mais nada e assim destacássemos a voz da Léla”, disse o músico que se uniu à cantora por perceber que  a maneira dela cantar tinha muito a ver com suas composições, sem usar como recurso trejeitos exagerados, mas o bom senso aliado ao bom gosto.

Cantar com Eduardo Gudin é, segundo Léla Simões, “subir de nível musicalmente”. “É como jogar em um time onde só tem craques e que por essa razão te faz jogar como um deles. O apoio que tenho com o Gudin me acompanhando é único. É uma honra cantar com ele”, disse a artista que há dois anos e meio trabalha com o compositor.

Além das 11 músicas do CD “Eduardo Gudin e Léla Simões”, o show deve terminar com um clássico da MPB, “Mordaça”, de Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro, mostrando mais uma vez que “o importante é que a nossa emoção sobreviva”.

Assista, a seguir, aos vídeos nos quais Eduardo Gudin e  Léla Simões interpretam, com exclusividade para o Música em Letras, “Sou Rei”, música de Eduardo Gudin e “Alma”, de Eduardo Gudin e Cacaso.

SHOW DE LANÇAMENTO DO CD EDUARDO GUDIN E LÉLA SIMÕES
QUANDO Quinta-feira (26) e sexta-feira, às 21h
ONDE Sesc Pompeia, r. Clélia, 93, Água Branca, São Paulo, tel. (11) 3871-7700
QUANTO De R$ 9 a R$ 30