Tem casa nova de música no pedaço da Vila Romana, bairro da zona oeste de São Paulo: The Jam Food & Music. O Música em Letras esteve no local, ainda em montagem, na tarde da última quinta-feira (8), gravou um vídeo do interior da casa (assista no final do texto), e entrevistou Alexandre Calil Cesar Silva, 46, paulistano e um dos proprietários do estabelecimento, que promete ter muito som na inauguração marcada para o próximo sábado(17), às 19h, com um show do trombonista Bocato e seu quinteto.

Calil, formado em rádio e TV, trabalhou 25 anos “em televisão”, se aventurou em produtoras de vídeo, mas a gastronomia sempre foi uma paixão, embora não tenha formação nessa área. “Não tenho formação em gastronomia, sou mais um curioso. Cozinho há muitos anos. Há quatro, montamos um truck de hamburguer [The Jam Food Truck & Drinks] e o sucesso dele fez criarmos o projeto desta casa nova, com música e com uma cozinha de verdade”, disse rindo Calil, que tem no cardápio da casa nova, entre outros acepipes, a porção alcunhada de Aretha Franklin, que traz bolinhos de cenoura recheadas com queijo gorgonzola; e Bassie Smith, bolinhas de mandioquinha recheadas com carne seca. As duas saem por R$ 25.

Pratos e porções são acompanhados de geleias especiais que trazem em seus sabores, pera ao riesling, amoras ao cabernet e figo com nozes, entre outras. O preço das porções é único, R$ 25, enquanto os dos pratos variam entre R$ 48 a R$ 66. Mas e os hambúrgueres? No cardápio há seis deles batizados com nomes de gêneros musicais. Entre os “mata fome”, além do Rock Burguer, Soul Burguer, Funk Burguer e Reggae Burguer estão o Jazz Burguer, por R$ 35, trazendo 150g de carne de pernil, queijo provolone, onion rings, rúcula e molho barbecue The Jam; além do Blues Burguer, por R$ 32, com 150g de carne de frango, queijo mussarela, bacon crocante, pepino e molho de iogurte The Jam.

Drinks com nomes de artistas consagrados do jazz e do blues, apresentam, por exemplo, Ella Fitzgerald, um mix de gin, angostura, geléia de laranja com cravo e rum e suco de limão siciliano; além de Sarah Vaughan, que mistura gin, sake, cordial de hibisco, suco de limão, espuma de gengibre e pó de hibisco. Os dois podem ser vistos e degustados por R$ 35, cada.

“Ok, Calil. Deu água na boca e sede na garganta, mas e a música?”, perguntei. “Tudo isso é para acompanhar a música, que é o prato principal”, respondeu o proprietário que gosta bastante da arte de amealhar os sons, mas contratou quem é do ramo para cuidar dessa área: Eni e Maju Cunha.

Eni, produtora experiente e mulher do multi-instrumentista Arismar do Espírito Santo, disse ao blog que irá apenas supervisionar o trabalho de Maju, iniciante na função.

Maria Júlia Cabral e Cunha do Espírito Santo, 18, a Maju Espírito Santo, é filha do casal e moça que por ser de uma família composta por músicos e produtores musicais, acompanha a cena da música instrumental brasileira de perto desde que nasceu. “Acompanho diversos músicos e bandas brasileiras, principalmente de jazz e MPB. Vou levar para a The Jam um pouco de cada estilo, sempre valorizando a grande variedade e qualidade dos músicos brasileiros. Teremos jazz, mpb, blues, soul, com foco especial também na cena instrumental”, disse a jovem produtora supervisionada por sua mãe, que já escalaram para a inauguração da casa, no próximo sábado (17) o professor de som suingado, o trombonista Bocato, acompanhado por Clayton Souza, no sax tenor, Igor Bollos, na guitarra, Jackson Silva, no contrabaixo e Fernando Amaro, na bateria.

Maju disse ainda ao Música em Letras que pretende levar para dentro da casa “shows de músicos jovens com enorme talento como de Grazi Medori [cantora e filha da cantora Claudya com o baterista Chico Medori], com seu show tributo à Elis Regina, no dia 21; Louise Woolley, pianista, arranjadora e compositora; Michael Pipoquinha, grande baixista; e Salomão Soares, pianista genial, além de grandes referências da música brasileira”.

Mas e o proprietário da casa, o que pretende oferecer em termos de som? “Eu gosto de jazz um pouco mais animado, com uma pegada mais groove, porém a gente não dispensa de maneira alguma os contemplativos, como um jazz mais introspectivos que remete ao clássico do jazz. A gente quer uma coisa mais dançante, que mexa mais com o público. Quero ver o público falar: ‘Nossa Senhora, como esse cara toca!’. É isso que a gente quer, uma quebradeira, com um som bem grooviado. O rhythm & blues define mais a pegada da música que a gente quer aqui”, falou Calil.

Se você quer se apresentar na The Jam Food & Music faça contato pelo contato@thejamfoodtruck.com

A CASA

Seiscentos mil reais foram investidos na casa, que ficou sob reforma durante um ano e meio e teve 27 caminhões de areia retirados de seu terreno. O espaço construído, tem capacidade para 150 pessoas, contando com uma área aberta, com cerca de 80 metros quadrados. De quarta a sábado a The Jam Food & Music estará aberta ao público, das 19h às 12h30, sempre com música ao vivo. “Temos um projeto de abrir futuramente aos sábados, com feijoada e chorinho, no almoço, e quando chegar a programação noturna a gente volta para o jazz até 1h da manhã”, falou Calil que terá a música em sua casa soando das 20h30 às 23h30, com dois sets e um intervalo.

O conceito da casa é um jazz bar, com uma cocktelaria diferenciada e autoral, aliada a uma gastronomia feita para acompanhar esses dois quesitos e proporcionar um som para ser curtido bem à vontade. “Quero sair um pouco do esteriótipo de jazz bar que têm por aí, onde as pessoas estão todas sentadinhas, quietinhas, sem poder falar ou interagir muito com a banda. Quero juntar o clássico com o jovem, por isso temos grafites nas paredes [obras de Bieto, Filite, Binho e Graphis] trazendo um conceito de arte não só de música para dentro de nosso espaço”, disse o proprietário sobre o local que tem pinta de descontraído e rústico, com cara de galpão antigo, com seis metros de pé direito, paredes de tijolos aparente, vigas de ferro, chão com cimento queimado e piso hidráulico. Tudo para remeter, segundo Calil, “aos lugares que os bluseiros, o pessoal do jazz, os negros do Sul dos Estados Unidos tocavam”.

O preço que será praticado no ingresso dependerá muito da banda que irá se apresentar, mas deve variar entre R$ 25 a R$ 35, salvo exceções às atrações internacionais, por enquanto nenhuma programada.

Assista, a seguir, ao vídeo que o Música em Letras gravou com exclusividade dentro da The Jam Food & Music, enquanto a casa ainda estava sendo montada e o proprietário convida o internauta do blog para sua inauguração.

INAUGURAÇÃO DA THE JAM FOOD & MUSIC

SHOW Bocato quinteto

ARTISTAS Bocato, no trombone, Clayton Souza, no sax tenor, Igor Bollos, na guitarra, Jackson Silva, no contrabaixo e Fernando Amaro, na bateria.

QUANDO Sábado (17), às 19h

ONDE The Jam Food & Music, r. Bárbara Heliodóra, 536, Vila Romana, tel. (11) 3675 6337

QUANTO R$25