Toninho Horta, Wagner Tiso, Nivaldo Ornelas e Juarez Moreira fazem show em São Paulo
Segundo o humorista Millôr Fernandes (1923-2012): “Um mineiro nunca é o que parece, sobretudo quando parece o que é”. No entanto, o criativo escritor estaria equivocado fossem os mineiros e músicos , com “ms” maiúsculos, Toninho Horta, Wagner Tiso, Nivaldo Ornelas e Juarez Moreira. Juntos os artistas fazem um único show, neste sábado (2), no Sesc Pinheiros , em São Paulo, e mostram que são o que parecem ser.
O Música em Letras conversou, ontem (30), por telefone, com o guitarrista, violonista, arranjador e compositor Juarez Moreira, 64, para saber sobre o espetáculo que reúne esses quatro artistas detentores de lugares de destaque na história da MPB.
“Os caras que me adotaram musicalmente desde que desisti de me formar em engenharia civil são esses três [Toninho Horta, Wagner Tiso, Nivaldo Ornelas]. Tenho muito orgulho de dividir o palco com eles como solista”, falou Moreira que já se apresentou ao lado de artistas da mesma importância de seus companheiros como Milton Nascimento, Egberto Gismonti, Ivan Lins, Maria Bethânia e Gal Costa, entre outros.
Segundo Moreira, os quatro músicos são muito amigos e carregam uma identidade mineira incontestável que poderá ser conferida por meio das músicas imortalizadas por cada um. Entre elas, “Cafezais Sem Fim”, “Choro de Mãe” e “Coração de Estudante”, por Wagner Tiso; “Aquelas Coisas Todas”, “Beijo Partido” e “Manuel, o Audaz”, por Toninho Horta; “Sorriso de Criança”, “Nova Granada” e “Nova Suíssa, Sábado à Tarde”, por Nivaldo Ornelas; e “Baião Barroco”, “Você Chegou Sorrindo” e “Depois do Amor”, por Juarez Moreira.
Os quatro instrumentistas ainda incluíram no repertório do espetáculo clássicos da música popular brasileira que serão interpretados em números solos, duos, trios e por fim com os quatro músicos tocando juntos. Entre os clássicos, “Vera Cruz”, de Milton Nascimento e Márcio Borges, e “Travessia”, de Milton Nascimento e Fernando Brant, além de “Se Todos Fossem Iguais a Você” e “Eu Sei que Vou te Amar”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.
“O show é leve e feito por nós, velhos mineiros que gostam de mostrar uma história íntima de amizade forte. É a celebração dessas amizades, com um caráter musical bem mineiro”, disse ao blog o autor de clássicos da música instrumental brasileira, como “Diamantina”.
Para o guitarrista, que já se apresentou várias vezes na cidade, “São Paulo é a cidade do Brasil”. “Estive mais de cem vezes em São Paulo e em todas elas passei por experiências novas. Em São Paulo, mostra-se o Brasil caboclo e da modernidade. Todo brasileiro mora, veio, vive, vai passar ou já passou por aí. São Paulo é uma cidade matriz. John Lennon disse que se ele não morasse em Nova York ele não iria entender o mundo. Quem não for a São Paulo, não vai entender o Brasil, porque São Paulo para mim é a coisa mais brasileira que há. Tem tudo, de gregos a goianos”, disse rindo o músico enfatizando que a plateia da cidade que completou, no último dia 25, 465 anos “ é atenta, ama a música e vai ao show como quem vai à missa”.
Confrontado por esse repórter com a afirmação de que São Paulo tem quase tudo, menos o imbatível fígado de boi acebolado servido no Mercado Central de Belo Horizonte, o artista rebateu dizendo: “Verdade…mas quando você vier para cá, vou pedir licença de te apresentar outros lugares, porque de música sou ruim, mas de restaurante sou bom para caralho”.
SHOW
TONINHO HORTA, WAGNER TISO, NIVALDO ORNELAS E JUAREZ MOREIRA
QUANDO Sábado (2), às 21h
ONDE Sesc Pinheiros, r. Pais Leme, 195, Pinheiros, São Paulo, tel. (11) 3095-9400
QUANTO R$ 40,00