Festival Ilhabela in Jazz 2018 reúne craques da música instrumental
Acontece a partir de amanhã (28) a 6ª edição do Festival Ilhabela in Jazz, com shows gratuitos e repletos de música de qualidade do Brasil e do exterior. As apresentações têm lugar no palco montado na praça Coronel Julião, no centro histórico da cidade do litoral norte paulista (veja programação completa em https://www.ilhabelainjazz.com.br/).
Durante dois finais de semana – dias 28 e 29 de setembro e 5 e 6 de outubro – , quem estiver na ilha poderá se deliciar com o som de Hermeto Pascoal, do quarteto do trompetista norte-americano Ambrose Akinmusire, do percussionista Airto Moreira e Grupo e do trompetista italiano Paolo Fresu, acompanhado do pianista espanhol Chano Domínguez. Também agitam a programação o quarteto do “gaitero” Renato Borguetti, o bandolinista Fábio Peron Trio, o quinteto Tributo a Victor Assis Brasil liderado pelo pianista Nelson Ayres, o quinteto do gaitista Gabriel Grossi, o septeto do percussionista Cleber Almeida, além da banda Bixiga 70 e da Vintena Brasileira, do pianista André Marques, que conversou com o Música em Letras.
A Vintena Brasileira é uma orquestra adepta da Música Universal, termo criado por Hermeto Pascoal para designar sua música. A banda mistura todos os elementos possíveis em um gênero musical, sem rótulos, sem preconceitos, por meio do conhecimento de vários ritmos e linguagens.
Segundo André Marques, quem for assistir à Vintena no Ilhabela in Jazz, vai ouvir uma orquestra diferente, que toca do folclore ao erudito, passando pelas improvisações do jazz americano (mas com linguagem brasileira), pelos ritmos brasileiros (como baião, frevo, maracatu, entre outros) e com melodias de diferentes influências, como a árabe, indiana e flamenca.
Líder do grupo, André Marques compõe e faz arranjos com novas fusões e sonoridades para a orquestra. A formação da Vintena Brasileira é bem diferente das orquestras tradicionais. Além de contar com violinos, violoncelos e flautas, incorpora guitarras elétricas, bandolim, viola caipira, percussão, entre outros instrumentos.
Após 15 anos de existência – e, algumas vezes, quase ser extinto –, o grupo sobrevive e resiste sem nenhum tipo de patrocínio. Por ter muitos integrantes e nenhum apoio, sempre enfrenta dificuldades para se deslocar, mostrar sua música e até para conseguir locais para ensaio. O repertório do show será o do seu 4º e mais novo CD “ (r)existir”, que traz no título – unindo a ideia de resistir e existir – referência à luta que enfrentam.
Entre as músicas que o grupo apresenta no festival está “Ostinato Frevoroso”, de André Marques. “Essa música mantém um motivo repetitivo de duas notas, enquanto outras melodias são tocadas por cima, tudo misturado com o ritmo de frevo”, disse o autor que também interpretará, dele, “Lapa”, composta em homenagem ao bairro de São Paulo, onde passou a infância e adolescência. “Ponta de Areia”, de Milton Nascimento e Fernando Brant (1946-2015), com arranjo feito para o CD “Bituca”, terceiro da Vintena Brasileira composto por músicas de Milton Nascimento, também teve seu arranjo regravado em “(r)existir”, e será interpretada no festival.
Além dessas, “Maxixinho”, maxixe composto por Marques somente para o naipe de sopros, e “Córdoba”, feita por ele em homenagem à cidade de Córdoba, na Argentina, com inspiração nos ritmos locais estão garantidas.
Artistas e bandas locais abrem os espetáculos. Entre eles, Jazz à Paulista (28), Ilhabela Ska Jazz (29), Elaine Cristina (5), banda Benix (6).
Essa é uma excelente oportunidade de assistir e se alimentar do que há de melhor na música instrumental do Brasil e do exterior para não ficar ilhado em meio a tanta baboseira musical que ecoa no país.
FESTIVAL ILHABELA IN JAZZ 2018
ARTISTAS Vários
ONDE Praça Coronel Julião, Ilhabela, litoral norte São Paulo
QUANDO Sexta (28) e sábado (29,) e sexta (5) e sábado (6) de outubro, a partir das 18h30
QUANTO Gratuito