Músico é roubado, mas não perde o humor

Mario Augusto Aydar, 62, conhecido artisticamente como Mario Manga, arranjador, compositor e guitarrista, integrante do grupo Premê, anteriormente conhecido como Premeditando o Breque, teve seus instrumentos roubados no último dia 29, em sua casa na Vila Vera, subdistrito do Ipiranga,em São Paulo.

O Música em Letras almoçou hoje (02) com o artista que amealha 44 anos de carreira e ouviu o que aconteceu. Afinal, o roubo de instrumentos musicais há muito tornou-se uma prática comum, pois alguns valem verdadeiras fortunas, principalmente os vintages.

Entre os instrumentos roubados de Manga havia três guitarras “queridas”, um contrabaixo e um violão dobro. “Era uma Stratocaster Sunburst, vermelha, 1979; uma Gibson 125 T, Sunburst, 1964; e uma Epiphone 335, Sheraton. As fotos dessas guitarras estão na minha página do Facebook”, falou o músico.

Sem nunca perder o humor, uma de suas características marcantes, Manga disse lamentar terem levado, além de suas “ferramentas de trabalho”, um par de sandálias Havaianas.“Mas não era qualquer um! Era um par de Lego/Dart Vader. Também levaram minha máquina de cortar pouco cabelo”, disse o artista, que é quase careca, e que já tocou com Ivan Lins, Chico César e Arrigo Barnabé, entre outros.

Mario Manga
Mario Manga tocando sua guitarra Epiphone 335, Sheraton, que foi roubada (Foto: Carlos Bozzo Junior/Folhapress)

O músico teve apoio de várias pessoas que compartilharam nas redes sociais o ocorrido. Segundo Manga, “geralmente esses instrumentos são revendidos em lojas ou em sites da internet. Agora vou ficar de olho e passar na Teodoro Sampaio [rua especializada no comércio de instrumentos musicais], espalhar as características e números de séries desses instrumentos para os vendedores. Quem sabe aparecem lá e me avisam”, falou o artista.

Não existe no mercado uma modalidade específica de seguro para instrumentos musicais, mas sim a de seguro de riscos diversos, na qual os instrumentos se enquadram. Uma ocasião, Manga teve alguns de seus instrumentos no seguro. “Isso faz muito tempo. Consegui porque tinha um amigo que trabalhava no ramo. Depois que ele deixou de trabalhar com isso, nunca mais fiz seguro dos instrumentos”, contou o músico, que avalia o prejuízo em cerca de R$ 50 mil.

Se existe um rastreador que pode ser acoplado aos instrumentos, Manga não sabe. “Acho que não, porque são instrumentos eletrônicos e talvez isso interfira no som.”

O conselho que ele dá, ironicamente, aos músicos é: “Usem um instrumento barato, e de qualidade inferior”. A vítima ainda manda um recado aos meliantes: “Primeiro, um abraço para as pessoas que me roubaram; troquem as cordas das guitarras, porque já estava na hora; mas, por favor, devolvam minhas Havaianas”.

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Mario Manga tocando sua guitarra Stratocaster Sunburst, vermelha, 1979, que foi roubada (Foto: Carlos Bozzo Junior/Folhapress)