Oifcina na marcenaria do Ruben

Carlos Bozzo Junior
O marceneiro Ruben Pagani e o luthier Cadoz Bandeira, à direita (Foto: Carlos Bozzo Junior)
À esquerda, o marceneiro Ruben Pagani e o luthier Cadós Sanchez Bandeira (Foto: Carlos Bozzo Junior)

Aetncoce anamhã sdábao (10), das 15h às 18h uma oifcina dedicada a construção de instnemurtos para a música experimental, além de uma aprseentação com as “engenhocas”, no final da jornada. O Mciúsa em Lertas evetse na marcenaria onde ocorrerá o evento e entrevistou o proprietário, Ruben Pagani, 66, e seu companheiro de trabalho, Cadós Sanchez Bandeira, 33.

Como você pôde perceber no primeiro parágrafo desse texto, nõa imortpa a oderm das ltreas drtneo da pvarala, contnato que a prmireia e a úmtila etjasem no lguar crteo. Isso faz vcoê entednetr o que lê. A mesma sensação que tive ao descobrir, ao acaso, este espaço misto de marcenaria, oficina e ateliê.

Caminhando pelas ruas da Vila Anglo Brasileira, em São Paulo, após ter realizado um Sem Noção com o violonista Crystian Dozza (leia post de 01/09/2016), vi algo que poderia ser chamado de instrumento musical, não fossem os “ruídos” presentes em sua aparência, iguais aos produzidos nas pvaralas com ltreas fora de oderm.

Quando algo surge, ao acaso, e envolve música, não é por acaso. Principalmente algo que qurebe espectativas. Passei a passos largos e voltei a passos curtos. O objeto era algo semelhante a uma torre eletrificada, com várias cordas esticadas, de tamanhos e diâmetros diferentes, ligadas a tarraxas- também distintas umas das outras-, postado, de modo amórfico, como um totem na porta do estabelecimento.

Ao me aproximar, tive a sensação de estar diante de um “gate”, um portal que me transportaria para outra dimensão. Aos poucos, a vista habituou-se à luz fraca do interior do grande galpão. Um mundo infindável de tralhas, objetos, esculturas, máquinas, sucatas, instrumentos, móveis e o escambau se descortinou. Seriam necessário anos para se observar tudo o que há lá dentro. São esculturas penduradas no teto, além de vários objetos fixados nas paredes. Entre eles, teclados, braços de instrumentos com trastes, sem trastes, pedaços de uma moto e quinquilharias eletrônicas como motores e cabos amontoados no chão. Sem mencionar uma infinidade de peças espalhadas nas bancadas dos dois profissionais que ali trabalham.

Leia, a seguir, sobre esse local e conheça seus ocupantes, Ruben Pagani e Cadós Sanchez que, mimetizados ao pó amarelo de serragem impregnado nas paredes, dão som e movimento às coisas inanimadas. Em outras palavras, criam objetos que são utilizados para fazer música.

Veja, no final do texto, o vídeo em que o Música em Letras passeia por dentro dessa fantástica marcenaria.

DE CONTRABAIXO A CAIXÃO DE DEFUNTO

Esqueça a imagem careta de Gepeto, pai do Pinóquio, ou do personagem J.F.Sebastian, interpretado pelo ator William Sanderson, que desempenhou o papel de um talentoso designer da genética, que fabricava olhos de replicantes, no filme “Blade Runner”. Ruben Pagani, o proprietário, é marceneiro e especialista no ofício de criar e executar objetos. Aos 14 anos de idade, construiu um baixo elétrico. “Como era muito novo, queria só dar forma e sair tocando. Ficou bonitinho, mas ordinário. Meu professor falou: ‘Olha que bela merda você fez!’”, contou rindo. Contudo, o homem não se considera um artista. U1000D diz que é “apenas um marceneiro”, embora dê vida, movimento e alma a objetos inanimados com arte. “Alguns me chamam de professor Pardal, inventor, mas não é nada disso. A definição do que eu faço vem da leitura de quem vê meus instrumentos. Sou um marceneiro, não tenho formação artística e nem sei o que é arte. Não dá para falar que sou artista. Com o acúmulo que tenho de experiência em minha profissão, sou um artesão desenvolvido, mas artista não.”

Pagani nasceu em Paysandú, cidade com menos de 100 mil habitantes no Uruguai. Entrou no Brasil por Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, em 1984, e foi trabalhar em uma fábrica de caixões para defuntos. O ofício da marcenaria foi aprendido, durante os três anos de curso na UTU (Universidade do Trabalho do Uruguai), instituição educacional que oferece cursos técnicos, que preparam estudantes para ingressarem após sua conclusão no mercado de trabalho.

Pagani tinha 13 anos quando ingressou na UTU, e aos 16 se formou marceneiro. “Saí da escola com o conhecimento básico de marcenaria. Nos primeiros trabalhos, empilhava pranchas e ficava revirando a madeira verde que chegava no local. A formação mesmo veio depois de trabalhar muito em oficinas”, disse o artesão que morou até 18 anos no Uruguai, antes de ir para a Argentina por conta da ditadura.

Perguntado se fazia parte de algum movimento político na ocasião, o marceneiro disse que era de esquerda e filiado ao partido socialista.“Mas não participei de guerrilha”, falou Pagani, acrescentando que, na época, não se podia nem tirar um livro na biblioteca. “Éramos vigiados e colocavam no jornal o livro que você estava lendo. Aquilo não era vida”.

Na Argentina, onde morou sete anos, fez muita vitrine de loja. “De dia, fazíamos a estrutura de madeira com a decoração, e de noite o vitrinista botava as roupas. O Perón morreu, a mulher dele assumiu e a ditadura começou. Voltei para o Uruguai e trabalhei em uma marcenaria, mas economicamente era muito ruim e decidi aceitar um convite para trabalhar na fábrica de caixões que ficava em Uruguaiana”, contou o profissional que chegou a criar alguns modelos de caixões com madeira de araucária do Paraná. “Havia o formato comum dos caixões e comecei a fazer uns oitavados com mais ângulos, mas nada especial.”

Pagani lembra que os caixões da prefeitura eram feitos de Duratex, com sarrafo reforçado. “Os de pinho eram melhores, dávamos cor e envernizávamos. Minha mulher fazia o revestimento estofado para o lado de dentro do caixão. Minhas filhas eram pequenas e brincavam com caixões de crianças. As pessoas da cidade tinham medo e nem entravam na fábrica. Também não era nada convidativo e nem dava para fazer música”, disse rindo o marceneiro que permaneceu dois anos nessa fábrica, antes de se mudar para São Paulo. “Uruguaiana era uma cidade muito complicada, porque é de fronteira. Na época de inflação, os argentinos vinham comprar e inflacionavam a cidade que era muito instável economicamente.”

O uruguaio Ruben Pagani e um de seus instrumentos (Foto: Carlos Bozzo Junior)
O uruguaio Ruben Pagani e um de seus instrumentos (Foto: Carlos Bozzo Junior)

AMIGOS CULTURAIS

O irmão de Pagani, Hector, morava em São Paulo trabalhando com quadros e escapamentos de moto. Ele chamou Ruben para morar com ele e assim o marceneiro chegou a São Paulo. “Trabalhei um ano em uma marcenaria e depois vim para esta aqui, há 35 anos.”

Pagani desenhou e construiu muitos armários, gabinetes, barzinhos e camas, entre outros móveis, para apartamentos em construção em bairros como Higienópolis, Brás e Jardins. Há cerca de quatro anos, o movimento caiu bruscamente. “O serviço ficou esporádico. Rareou porque as fábricas fazem tudo mais barato, dividem em mais vezes e são mais rápidas na entrega do que as marcenarias. É tudo feito e montado com aglomerado, tipo MDF.”

Há cerca de quatro anos, Pagani conheceu uma turma no Condomínio Cultural da Vila Anglo que fazia uma música diferente: “Um negócio mais louco musicalmente. Eles faziam samba e chorinho também, mas vão para um lado mais louco da música. Comecei a ver que não existe só o convencional e foi bom porque soltei a franga”, contou o construtor de instrumentos e de brinquedos que tocam instrumentos. “Eu chamo de engenhocas. Fiz algumas para a Desorquestra, um grupo que tocava esses instrumentos. Entre elas, tem uma torre, acoplada a uma máquina de escrever, que chamo de Torre de Babel, porque tem cordas de todos os tipos e comprimentos. São cordas de contrabaixo e de piano que falam línguas diferentes e dá uma tremenda confusão. Mas não gosto de dar nomes aos instrumentos”, disse Pagani sobre a traquitana que não tem um número fixo de cordas, pois isso muda de acordo com a necessidade de quem vai tocar o “instrumento”.
São mais de 30 peças, incluindo pianos para crianças, construídos por Pagani. Entre os instrumentos há violoncelos, baixos, rabecas, violinos, mas nenhum convencional. Por exemplo, há um remo de canoagem escavado, com uma caixinha e cordas; um braço de um outro instrumento de corda acoplado a uma lata de panetone, com quatro cordas, de um tamanho um pouco maior que um cavaquinho, mas com o som menos metálico. “Normalmente, todos meus instrumentos têm cordas. Construo com pedaços de barris de cerveja, latas, retalhos e sucatas”, explicou Pagani.

JAZZ E MÚSICA EXPERIMENTAL

Eclético, o inventor e construtor escuta de tudo, mas o jazz é seu mais constante companheiro enquanto trabalha. O saxofonista John Coltrane (1926- 1967), o trompetista Miles Davis (1926-1991), o baterista Art Blakey (1919-1990) e o contrabaixista Charles Mingus (1922-1979) são os prediletos de Pagani. “Escuto até gastar. Música experimental escuto também. Curto pouca coisa de música experimental, mas acho bom como pesquisa sonora para se tirar novos timbres e novas texturas. Nesse tipo de música, há uma dificuldade que é a de não ter a base da música formal. Então, é preciso improvisar, na hora, para que fique mais ou menos agradável. Não é sempre que se consegue, e às vezes enche o saco”, falou rindo.

ENCOMENDAS

Segundo o marceneiro, com a crise há mais entusiasmo por parte do músico que quer adquirir um de seus instrumentos do que compras efetuadas. “A cultura é o setor que mais sofre, pois as pessoas, nesse momento, pensam que ela é desnecessária porque não enche barriga de ninguém”, disse afirmando conviver ainda com um outro problema com relação às compras: “Sou ruim de botar preço nas coisas. Não porque crio um elo ou apego e não quero vendê-las, ou porque acho que elas valem muito, mas porque meu prazer está em fazer as peças. Vendê-las nem tanto”. Geralmente fregueses entram na marcenaria e pedem para que o profissional realize pequenos reparos, cortes de madeiras ou fure um cinto. Nada é cobrado. “Se tive prazer em fazer, já está pago.”

Bandeira, à esquerda, e  Pagani na marcenaria onde acontece a oficina de luteria experimental (Foto: Carlos Bozzo Junior)
Sanchez, à esquerda, e Pagani na marcenaria onde acontece a oficina de luteria experimental (Foto: Carlos Bozzo Junior)

OFICINA E FESTIVAL

Em julho, foi realizada no local, gratuitamente, a primeira oficina de instrumentos para música experimental. Dez pessoas apareceram com projetos de instrumentos e receberam orientação para construí-los, além de dicas de como viabilizar isso. “A ideia era orientar quem tivesse um projeto. Deu certo. Por isso, estamos realizando outra oficina, no dia 10 de setembro. Não fazemos instrumentos para a pessoa, ela é quem os faz. Mostramos como fazer, dando apoio técnico e ferramentas para ela”, disse Pagani.

A oficina que acontece amanhã tem ingresso a R$ 30. “Vamos cobrar porque depois da atividade terá uma apresentação com um convidado surpresa da cena da música experimental e a demonstração de algumas de nossas engenhocas e instrumentos”, disse o marceneiro que, entre outros ensinamentos, deve mostrar como construir um instrumento de cordas elementar, trabalhando em cima das questões físicas que envolvem o material, a tensão da corda, além da ressonância no corpo do instrumento. O luthier de violão clássico Marcelo Muniz, que agora trabalha com eletrônicos, também participará do evento.

Pagani e seu colega trabalho, Cadós, participaram da última noite do FIME (Festival Internacional de Música Experimental), realizado no mês passado na capital paulista (veja post de 11/07/2016). A apresentação “causou”. “Musicalmente poderíamos ter feito mais, mas o ambiente era pequeno e lotou de gente, o que acabou prejudicando nossa apresentação. Contudo, o que acho gostoso nesse tipo de música é a possibilidade de se incorporar o erro nela. Há o lado emocional do momento e não temos uma partitura para nos guiar, apenas vamos e fazemos, o imprevisto faz parte. Testamos as engenhocas tecnicamente e ensaiamos um roteiro, mas uma série de coisas não ficaram como queríamos. Para a próxima, vamos nos preparar melhor”, disse o marceneiro que utilizou, entre outros, um teclado de 64 teclas interligado a cerca de 20 engenhocas comandadas por ele.

DE PICHADOR E PROFESSOR A GRAFITEIRO E LUTHIER

O paulistano Cadós Sanchez Bandeira, que trabalha desenvolvendo instrumentos musicais na marcenaria de Pagani, fez um ano de curso profissionalizante em desenho técnico, antes de concluir a licenciatura em artes visuais no Centro Universitário Belas Artes.

Trabalhou como professor na rede estadual de ensino durante 10 anos; foi pichador, grafiteiro e atualmente é luthier. “Desde os 15 anos de idade eu fazia coisas na rua. Comecei pichando. Meu pai era professor de literatura e, por isso, sempre teve muitos livros em casa. Um deles era do Edgar Alann Poe. Não me interessava muito ler livros, mas me chamava muito a atenção, na lombada desse livro, a palavra Poe, grafada de maneira gigante, além do som dela. Por isso, passei a assinar minhas pichações como Poe. Depois substitui por Pixote”, falou o artista que nessa ocasião morava em Sete Praias, bairro na tríplice divisa de São Bernardo, Diadema e São Paulo. “Era uma mistura pesada de classes sociais. Tinha amigos da periferia e de classes mais abastadas. Fui misturado nesse meio, entre casas de condomínios bacanas, barracos humildes, ranchos e chácaras da região, na beira da represa Billings.”

Sanchez foi detido várias vezes pela polícia por pichar propriedades particulares e públicas. Respondeu processos, ganhando alguns e perdendo outros. “Fiz um grafite em um muro do Metrô, na estação Vila Mariana. Já tinha feito um monte de grafites nesse mesmo paredão, mas um dia a casa caiu. Nem sabia que era propriedade do Metrô. Tive que me desfazer de um monte de CDs para pagar as custas do processo enorme que tive de responder.”

O artista foi parar na marcenaria por indicação de um amigo, Zito, que faz colagens em espaços urbanos. A que existe na porta do estabelecimento (veja vídeo) é de sua autoria. “Ele fazia parte do grupo de pessoas que o Ruben conheceu no Condomínio Cultural. Foi o Zito quem me apresentou, há três anos, ao Ruben. Começamos a trocar ideias, ele me emprestava ferramentas e acabei vindo trabalhar aqui. O Ruben é cheio de tesouros nesse espaço. Em meio a essa sucata há peças, motores e um monte de outras coisas prontas para serem utilizadas. O conhecimento técnico dele também me ajuda muito a realizar meus projetos”, disse o artista que já esteve na Grécia, Itália, Portugal e Inglaterra mostrando sua arte.

Cadoz Sanchez Bandeira na sua bancada de trabalho (Foto: Carlos Bozzo Junior)
Cadós Sanchez Bandeira na sua bancada de trabalho (Foto: Carlos Bozzo Junior)

TUDO JUNTO E MISTURADO

Há oito anos Sanchez constrói e pesquisa instrumentos musicais do mundo todo. “Muitas das minhas criações são adaptações do que eu tinha na mão para construir instrumentos étnicos. Minha busca está mais direcionada aos timbres dos sons”, disse o luthier que entre vários instrumentos construiu o “Skora”, feito com molas, captador e biribas, madeiras utilizadas para a fabricação de berimbau. Tudo está fixado em um “shape” de skate, contendo seis cordas de nylon retiradas de cortadores de grama, afinadas por tarraxas diferentes entre si. As cordas são de contrabaixo, violão e de sabe-se lá mais o quê. “Você toca sentado no “tail” (cauda) do “shape”. Como se fosse uma Kora africana. Por isso o nome ‘Escora’”, falou o artista mencionando a harpa-alaúde de 21 cordas muito utilizada pelos povos da África ocidental.

Cursando uma especialização em música contemporânea, Sanchez conheceu o compositor Flô Menezes. “Ele me abriu muito a cabeça falando de Stockhausen (1928-2007) [compositor alemão de música contemporânea] e da questão de compor o timbre. Isso mexeu bastante com a minha ‘viagem’ na criação de instrumentos”, contou o artista que já construiu 30 instrumentos.

Sanchez reúne motores elétricos de corrente contínua, de várias procedências (impressoras, micro ondas, entre outros), que são utilizados para acionar seus instrumentos, controlando suas velocidades. “Nessa roda de bicicleta, que chamo de ‘Liga do Tempo’, por exemplo, há seis motores de torques não muito grandes, com captação. As rotações por minuto variam de 14 a 15 mil, o que faz com que aumente a velocidade”, disse o luthier que também constrói caixinhas de músicas “motorizadas”.

Pagani e Sanchez trabalham juntos em alguns projetos. “Ele é o artista. Às vezes, aparecem dificuldades técnicas que soluciono, mas o artista aqui é ele. Sou só um marceneiro”, disse Pagani, insistindo em sua humildade.

EXPOSIÇÃO

Para quem não puder ir amanhã na oficina, a exposição “Panorama da Luteria Experimental em São Paulo” apresentará alguns dos instrumentos fabricados pelos dois construtores. Ela acontece no mês de outubro, na passagem subterrânea da avenida Consolação, que liga o bar Riviera ao cine Belas Artes. “São dez artista participando. Entre eles, nós dois, o Fernando Sardo e André Damião. Haverá duas apresentações por semana, provavelmente aos sábados, mas os dias ainda serão confirmados”, disse Sanchez que irá expor, entre outros instrumentos, sua “Torre”, um pedaço de ferro, originalmente parte de um eixo cardan de Opala, com cordas de piano, desde as mais graves, as não revestidas por cobre, com captação elétrica, e cordas de contrabaixo acústico.

O marceneiro Pagani expõe um contrabaixo elétrico, sem traste, com uma altura maior e mais inclinado, para ser tocado com arco.

Comaperçam!

Veja, a seguir, como é a marcenaria do Ruben Pagani, local onde se realizará a oficina.

OFICINA DE LUTHERIA EXPERIMENTAL

ONDE Rua Felix Della Rosa, 98, Vila Anglo Brasileira, São Paulo, tel.

(11) 93003-4807

QUANDO Sábado dia 10 de setembro, das 15h às 18h oficina, das 18h30 em diante apresentação.

QUANTO R$ 30