Zéli Silva, da Caravana Tonteria, de tonto não tem nada
O contrabaixista e professor de música José Ricardo de Barros e Silva, o Zéli, 47, recebeu o Música em Letras em seu apartamento na Vila Ida, em São Paulo, onde concedeu uma entrevista repleta de novidades.
O músico “ataca” neste final de semana (20/21) e no próximo (27/28), no espetáculo musical Caravana Tonteria, ao lado da atriz Letícia Sabatella. A novidade não para por aí. Zéli está gravando “Agora É Sempre”, seu novo disco, com vários cantores. Zéli também se apresentará com seu quinteto, no dia 10 de março, em São Paulo. (Assista aos vídeos no final do texto)
Leia, a seguir, trechos da entrevista concedida por esse músico devotado, capaz, e que faz, com prazer, da música seu meio de vida.
PAULISTANO DA GEMA
Paulistano, Zéli sempre morou em bairros da zona oeste da capital. Sua relação com a cidade é intensa: “Tenho uma relação de amor profundo e um pouco de raiva de como os governantes tratam a cidade. A pecha de cidade apressada e que sofre de falta de humanidade está mudando. São Paulo está melhor, pois as pessoas estão ocupando mais as ruas”.
Zéli não tem histórico musical na família, mas foi em sua casa que travou conhecimento com a boa música. “Meu pai (Carlos Augusto de Barros e Silva, atual presidente do São Paulo Futebol Clube) é admirador de Oscar Peterson (1925-2007), Gerry Mulligan (1927-1996) e das big bands do suingue, como a de Shorty Rogers (1924-1994)”, disse o músico citando o trompetista, arranjador e considerado um dos criadores do West Coast Jazz (gênero musical com influências do gospel, blues e do rhythm and blues). A família também apreciava muito o que o baixista considera “mpb boa”, representada, entre outros, por Elis Regina (1945-1982) e Chico Buarque. “Cresci ouvindo isso.”
Muitas referências de jazz “caíram na mão” de Zéli trazidas pelo irmão mais velho, Fernando de Barros e Silva, jornalista e atual diretor de redação da revista “Piauí”. Quando viajava ao exterior, o jornalista aproveitava e trazia LPs do gênero. Discos de rock também vinham na bagagem. “Eu era moleque e, além do rádio, ouvia muito os discos que meu irmão trazia”, falou o músico, lembrando do LP “The Wes Montgomery Trio”, do guitarrista norte-americano Wes Montgomery (1923-1968). “Lembro de escutar ‘Round Midnight’ e ‘Jingles’, ambas neste disco, e ‘chapar’”, falou Zéli que também ficou impressionado com o LP “Elis e Tom”.
Dos contrabaixistas, Zéli citou o dinamarquês Niels-Henning Ørsted Pedersen (1946-2005), que era ouvido acompanhando o canadense Oscar Peterson. “Aquilo me chamava muito a atenção. Era muito diferente de tudo para mim. O ‘play’ dele com aquela coisa de solar me deixava muito interessado”, disse o músico afirmando que dos contrabaixistas brasileiros, Nico Assumpção (1954-2001) era quem causava mais impacto.
Zéli ouvia tudo isso, com 14 anos de idade, e ainda não tocava nenhum instrumento até ganhar do pai um violão e um contrabaixo. “Fui com meu pai na fábrica da Giannini, na Lapa, para encomendar os instrumentos, porque sou canhoto”, contou o músico que do primeiro baixo guarda apenas uma foto de recordação. “Infelizmente, ele se foi na história”, disse, mostrando saudoso uma foto em branco e preto, na qual aparece tocando o instrumento em uma apresentação da Escola Vera Cruz, onde estudava.
APRENDIZADO
Instrumentos na mão, Zéli, aos 14 anos, passou a ter aulas particulares com o violonista Carlinhos Vieira, durante dois anos. “Ele me ensinou a parte dos acordes. Tudo com música popular brasileira e bastante rock”, contou o contrabaixista, que tirava do LP “Led Zeppelin IV” (1971) a música “Rock and Roll”.
O contrabaixo elétrico teve de Zéli dedicação, mas, no início, sem orientação. “Fui autodidata no começo. O baixo eu peguei sozinho. Na banda em que comecei a cantar e tocar tinha dois guitarristas e um ‘batera’. Eu cantava e tocava pandeiro. O Alemão, baixista, tinha saído e passei a tocar baixo também”, disse o músico referindo-se à banda Virose SP, que durou três anos e era formada em sua maior parte por alunos da Escola Vera Cruz.
A Virose SP “atacava” em festinhas e em festivais de música estudantil. Entre eles, FMI (Festival Musical Intercolegial), que na ocasião arrebanhava talentos musicais dos colégios Vera Cruz, Santa Cruz, Galileu Galilei, Equipe e Nossa Senhora das Graças, o Gracinha. “Era muito legal. Participamos de dois FMI. Um no teatro da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) e outro no teatro do Sesc Pompéia”, falou o músico que nessas ocasiões só cantava, ainda não tocava baixo na banda. “Acho que ainda era o Alemão no baixo. É tão longínquo esses primórdios, mas faz bem lembrar. Bom exercício de memória.”
A primeira “paga” (cachê) ninguém esquece. Zéli, sim. “Deve ter sido uma merreca, um troquinho qualquer como sempre, por isso não lembro”, falou rindo.
FORMAÇÃO MUSICAL
Zéli estudou em boas escolas da capital, entre elas Vera Cruz e Oswald de Andrade, que valorizavam o conhecimento musical. Entretanto, quando ingressou no CLAM (Centro Livre de Aprendizagem Musical), um dos templos do ensino de música, sua vida mudou.
A escola criada, em 1973, pelo Zimbo Trio e pelo músico João Rodrigues Ariza, o baterista Chumbinho, surgiu com uma abordagem nova na educação musical, sendo a primeira a utilizar a música popular brasileira e o jazz em sua metodologia de ensino.
O CLAM é responsável pela formação de músicos reconhecidos no Brasil e no exterior. Além de Zéli, lá estudaram os violonistas e compositores André Geraissati e Ulisses Rocha; o guitarrista Natan Marques e seu filho, o pianista e compositor André Marques; a baterista Vera Figueiredo; os homens dos sopros Teco Cardoso e Vinicius Dorin (1962-2016); e os contrabaixistas Rodolfo Stroeter, Maria Eugênia Cortês e Nico Assumpção (1954-2001), entre outros.
Foi no CLAM que Zéli, com 16 anos, encontrou por intermédio do contrabaixista e professor Acelino Mathias, o Acê, uma “coisa” maior com a música. Deixando de lidar só com o intuitivo e o subjetivo, Zéli passou a adquirir informações relevantes para sua formação musical durante quatro anos de estudos com o professor. “Ele hoje está na Espanha. Foi muito bom ter estudado com ele.”
Em busca de aperfeiçoamento musical, Zéli ainda estudou no Banff Centre of Arts, em Banff, no Canadá, com o contrabaixista John Lee Clayton Junior, 63, que teve aulas com o mito Ray Brown (1926-2002), e tocou, entre outros, com a cantora Diana Krall. As aulas duraram alguns meses, mas para Zéli, na ocasião com 22 anos, valeram muito. “Foi um curso superintenso pelo fato de tocar com músicos do mundo inteiro. Você fica muito enriquecido ao trocar energia musical com os outros.”
Terminado o colegial, o músico foi estudar composição e regência na FASM (Faculdade Santa Marcelina) e lá permaneceu estudando durante seis anos, antes de ser contratado para lecionar no mesmo local. No início do curso, se encantou com as aulas de percepção musical por aprender a ouvir e escrever sem instrumento. A professora era a regente Naomi Munakata, que durante duas décadas esteve à frente do Coro da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo). “Essa ‘japa’ mudou minha cabeça. Lembro que comecei tomando só cacetada. Fiquei de recuperação. Encanei e passei a ter aulas particulares com o Sérgio Bizet. Estudava muito solfejo com um amigo na minha casa. Ele ditava para mim e vice-versa. Fui superbem na prova de recuperação e daí em diante deslanchei”, contou o músico que hoje é professor de instrumento e canto. Leciona ainda baixo elétrico, prática de grupo, harmonia III, e a mesma disciplina que teve dificuldades no princípio, percepção musical. Suas aulas acontecem na FAAM (Faculdades de Artes Alcântara Machado) e na FASM. Segundo Zéli, faculdades de música são importantes para se ampliar, além do conhecimento técnico, a maneira de se ouvir a música.
Outro mestre acadêmico de Zéli foi e “continua sendo” a professora Maria Vera Helena Massuh Cury, coordenadora do curso de bacharelado em Música da FASM, mulher do violonista Ítalo Peron, pais do brilhante bandolinista Fábio Peron. “Com Vera tive aulas de contraponto e foi outra cacetada em minha cabeça. Ampliando demais meu conhecimento”, falou o músico acrescentando também ter realizado um importante aprendizado na área de arranjo com o maestro Roberto Sion e o professor Cláudio Leal Ferreira.
Zéli, pós-graduado em metodologia do ensino superior, também dá aulas particulares de música e instrumento em sua casa, ou vai até a casa do aluno (Informações pelo e-mail do baixista zelisilva1@gmail.com). O baixista tem um método de sua autoria chamado “Jazz Harmonia e Walking Bass para contrabaixo- Vol . 1”, publicado pela editora Souza Lima (2009), que acompanha um CD com exemplos gravados. “Fiz esse livro exclusivamente para dar aulas. Pretendo lançar o segundo volume, que já está pronto, ainda este ano”, disse o autor que já deu aulas para alguns novos talentos, entre eles o contrabaixista Sidiel Vieira e o multiartista Manu Maltez.
NASCIMENTO E MORTE D’OS PEIXES
Depois de ter concluído o curso de composição e regência, Zéli passou a dar aulas na Fundação das Artes, em São Caetano. “Lá lecionava percepção musical, prática de grupo e baixo elétrico”, disse o professor que engrossava o orçamento com aulas particulares e tocando em casas noturnas de São Paulo. Entre elas, as extintas Bar Avenida, Dama Shock, Aeroanta, Espaço Off e Espaço Mambembe.
Zéli integrou o grupo de música instrumental brasileira Terra Brasil. Contudo, era com outro grupo que o baixista “atacava” na noite paulistana: Os Peixes.
Os Peixes ganharam uma certa notoriedade e gravaram um disco inteiro, em 1989, no Farm Estúdio, dentro da fazenda de Lily Marinho (1920-2011), então mulher do jornalista Roberto Marinho (1904-2003). “Um estúdio ‘superprofissa’. Ficava em uma fazenda linda em Araras, na serra fluminense. Passamos um mês lá.”
Entretanto, a história d’Os Peixes, que misturava pop, rock e funk, sofreu alguns percalços. O maior deles foi o plano Collor. O disco seria lançado pela Sony, mas em 1990 tudo parou porque o plano Collor congelou a economia do Brasil. Com a saída do baterista Antônio Pinto-filho do cartunista Ziraldo e compositor de trilhas para filmes de Hollywod -, foi tudo para a gaveta.
Além de Zéli e Antonio Pinto, o grupo contava com Marcelo Tinoco (guitarra) e o dramaturgo Pedro Vicente (cantor e guitarra). “As composições desse grupo ainda são atuais. Foi uma fatalidade. Tínhamos destaque na cena de rock. A galera gostava e onde tocávamos bombava.” Entre as dez faixas gravadas, figura o rock funkeado “Peixes do Tietê”, de Zéli com letra de Pedro Vicente. Ao contrário do rio que insiste em correr até os dias de hoje- sabe-se lá como-, a banda interrompeu seu percurso depois de seis anos. Os Peixes nasceram em 1987 e morreram em 1993.
Concomitantemente à sua atuação n’Os Peixes, Zéli tocava com o guitarrista Renato Consorte em bares da capital. Entre eles, nos extintos Sanja Jazz Bar(ex-St. Germain, antigo Chez Bernard) e Blue Night. A banda se chamava Renato Consorte e Ritmos pelos Ares, que teve formações distintas, mas Zéli esteve presente em todas elas. A banda gravou dois CDs: “Renato Consorte e Ritmos pelos Ares” e “Danças”.
DISCOS
Em 1991, Zéli passou a integrar o grupo Terra Brasil, com o qual gravou cinco CDs : “Terra de Ninguém” (92); “Tudo Bem” (95); “Mestiço” (98); “Atlântico” (2003) e “Questão de Tempo” (2005).
Zéli tem quatro CDs solo: “Voando Baixo”, Lua Discos (2002); “Em Movimento”, Maritaca (2006); “Duo”, independente (2010), em parceria com o saxofonista Vitor Alcântara; e “UNA – Zéli Silva Convida”, independente (2014).
“Voando Baixo” carrega o conceito que o instrumentista e compositor exibe, até hoje, de música instrumental melódica, em que os temas são cantáveis. Há uma influência forte das canções. “Dentro do contexto de música brasileira, gosto de criar e tocar temas que fiquem na cabeça”, disse o instrumentista que busca em seu trabalho enveredar mais pelo caminho do lírico e não do virtuosismo. Assim, Zéli lida, e bem, com ritmos brasileiros como o samba, bossa, baião, xote, maracatu, frevo e o ijexá, entre outros. Contudo, Zéli trabalha com esses ritmos de maneira singular, misturando-os ao jazz.
Além de Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti, Zéli ouviu muito grupos como o Medusa: “Sempre gostei muito dessa coisa fusion brasileira. Isso me fazia muito a cabeça”. No disco “Voando Baixo” há composições desse estilo instrumental “melódico cancional jazzístico”, com espaço para improvisações. Exemplos dessa mistura são o tema homônimo, que abre o disco, em que o músico utiliza um riff de baixo, e o arranjo para baixo de seis cordas da música “Carinhoso”, de Pixinguinha (1897-1973) e João de Barro, o Braguinha (1907-2006). “Oculto” traz o sax tenor do norte-americano nascido no Canadá Pat LaBarbera, 71, músico da pesada que tocou, entre outros, com o mito da bateria Elvin Jones (1927- 2004).
“Em Movimento” é o segundo disco de Zéli que segue a mesma linhagem do primeiro, mas com letras em algumas composições. A latina “Delírio Tropical”, de Zéli e Taciana Barros (ex-mulher de Zéli e ex- Gang 90), interpretada pela cantora Tatiana Parra, trata de solidão, amor e romance. “Nino Alphavile e Beslan” é uma balada de Zéli com a letrista Simone Guimarães, que versa sobre a fragilidade humana, injustiças e caos social. “Em busca”, também em parceria com Guimarães, foi registrada como uma bossa nova lenta pela voz de Badi Assad. “Essa música é uma coisa contemplativa e bem poética”, falou Zéli.
O CD “Duo”, com Zéli e o saxofonista Vitor Alcântara, traz uma sonoridade diferente, em que é notória a preocupação em se dar mais espaço ao silêncio. Em duo não se mente. Em trio, ou qualquer outra formação, erros são mais facilmente escamoteados. Em duo, é impossível escondê-los. Zéli se expõe corajosamente ao lado de Alcântara, por meio de arranjos que executa com seu contrabaixo de seis cordas, realizando uma função harmônica com o instrumento que trilha um caminho mais comum ao violão ou à guitarra. Há também sons gravados com baixo acústico inspirados pelo disco “Phase Space” (1991), do duo composto pelo saxofonista Steve Coleman, 59, e pelo baixista inglês Dave Holland, 69.
Entre as músicas de “Duo”, “A Sereia Voou”, clássico do pianista mineiro Mozar Terra (1950-2006); “Volta Ao Mundo”, tema de Zéli repleto de harmônicos inspirado no baixista camaronês Richard Bona, 48; e “Sem Juízo”, um jazz contemporâneo.
“Una”, seu quarto CD, segue a linha de “instrumentais cantáveis” em meio a uma união de gerações. Para isso, Zéli convidou pessoas que influenciaram sua geração como João Donato e Léa Freire para se juntarem aos mais novos, entre eles a cantora Tatiana Parra e o violonista Chico Pinheiro.
Zéli tem por costume inserir o contrabaixo na música e não apenas destacá-lo pelo fato de ser um disco de baixista. Nem todas as músicas trazem um solo de baixo ou colocam o instrumento em uma posição privilegiada, na frente. O baixo de Zéli serve à música, com parcimônia, mas mostra a que veio quando é preciso. Entre os temas, “Simplificando”, cantado por Tatiana Parra, homenageia o pianista João Donato, que toca na faixa. “Esta música praticamente é dele; eu a ‘psicografei’ ”, disse rindo o compositor, revelando que sempre gosta de ouvir as músicas de Donato, harmonias, ritmos e climas que o acreano cria e, por isso, a compôs na mesma “praia”. A letra da canção mostra a necessidade de se simplificar as emoções e a vida em busca de tornarmos tudo mais leve. “Nós Sambamos” traz uma linha de baixo marcada com um riff forte, caracterizando um groove brazuca, no qual o baixo é quem fala. “Dez”, embora tenha sido composta em 2010, foi lançada neste disco, marcando a presença de um baião maracatu, com a participação de Lulinha Alencar no acordeon, Chico Pinheiro na guitarra e Cleber Almeida na percussão.
ZÉ MENEZES (1921-2014)
Zéli tocou com muita gente, mas dividir o palco, durante três anos, com o “homem das cordas” Zé Menezes (1921- 2014) foi emblemático. “Um mestre. Um cara que nunca vai morrer por conta de sua música. Tinha uma precisão rítmica absurda. Uma palhetada única. Uma mão direita que estraçalhava tudo, guitarra, bandolim, violão tenor, o que tivesse corda. Um John McLaughlin brasileiro”, disse referindo-se ao exímio guitarrista britânico.
Oswaldinho do Acordeon também é uma forte referência musical para Zéli. “Ele é um gigante da música. Toquei com ele durante três anos. Na formação, tinha zabumba, triângulo, pandeiro, guitarra, eu de baixo e ele de acordeon. Foi o máximo”, falou o músico que teve nesse momento seu contato maior com a música regional, em especial o forró.
TEATRO
Há dois anos Zéli “ataca” de baixo acústico ao lado do pianista Paulo Braga, fazendo a “cama” musical para a atriz e cantora Letícia Sabatella (composições e voz) e seu marido, o ator Fernando Alves Pinto (serrote, trompete, violão, voz e cajon), no espetáculo Caravana Tonteria. No repertório, canções autorais (todas de Sabatella) e outras de Cole Porter (1891-1964), Kurt Weill (1900-1950), Duke Ellington (1899-1974) e Carlos Gardel (1890-1935).
Contudo, em meio a grandes compositores, é o brasileiro Chico Buarque quem ganha o momento considerado ápice do espetáculo, com a brilhante interpretação de Sabatella cantando “Geni e o Zepelim”, canção que faz parte do musical Ópera do Malandro, também de autoria de Buarque. O compositor Elomar marca presença com “Arrumação” interpretada por Sabatella.
O espetáculo, que já teve cerca de 50 apresentações, acaba de ganhar a direção artística do compositor e músico Arrigo Barnabé. O intuito é incrementar o show para futuramente gravarem um CD e viajarem pelo Brasil.
“Ela canta muito bem, ela ‘quebra tudo’, bicho. A Letícia tem uma extensão de voz boa, divide e manda muito bem. Ela estudou canto lírico em Curitiba e adquiriu uma técnica vocal bem legal. Vai assistir que você vai se surpreender”, disse o músico sobre a atriz que também interpreta poemas de Torquato Neto (1944-1972) e Garcia Lorca (1898-1936) durante o espetáculo.
Outra boa oportunidade de conhecer o som de Zéli é aos sábados, das 20h30 às 23h30, no Piratininga Bar (r. Wizard 179, Vila Madalena). Zéli toca baixo, formando um trio com Gil Reyes, no piano, e Mauro Casellato, no saxofone. No repertório, mpb, choro, bossa nova e jazz. Não raro, canjas inspiradas acontecem com músicos adeptos da espontaneidade de tocar “aqui e agora”. Entre eles, Carlinhos Noronha (baixo), Vinícius Gomes (guitarra) e Vitor Alcântara (sax).
SHOW E CD NOVOS
Zéli irá se apresentar com seu quinteto no próximo dia 10 de março. Embora os nomes não estejam confirmados para a apresentação, o quinteto é formado por Edú Ribeiro (bateria); Vitor Alcântara (sax); Moisés Alves (trompete); Antonio Barker (piano) e Fernando Corrêa (guitarra). O repertório é de composições do baixista.
Zéli também está gravando um novo disco de canções com 14 faixas.“Agora É Sempre” é o nome do novo disco, que conta com participações de feras das vozes. Entre elas, Simone Guimarães, cantando “Futuro”, uma balada com letra bem densa, dela e de Zéli, que remete às composições do mestre Guinga. “Sambei” é outra música da dupla que fala sobre futebol.
“Nostálgica”, outra balada de Zéli, ganhou letra de Arnaldo Antunes e foi gravada no novo disco pelo excelente cantor mineiro Sérgio Santos, que registrou também o samba “Menos Nada é Mais”, de Zéli e do pianista e letrista Luis Felipe Gama. A cantora Lívia Nestrovski também participa da gravação, colocando sua voz em “Noite a Dentro”, de Zéli e Taciana Barros, uma música mais para o blues.
Há uma vaquinha na internet, ou melhor, um financiamento coletivo (crowdfunding), necessária para ajudar a completar o orçamento de mixagem, masterização e arte, entre outras despesas (benfeitoria/zelisilva.)
Um disco, um show, um espetáculo musical e um músico que considera e respeita a música.
VIDEOS
Veja o vídeo em que Zéli convida o internauta do Música em Letras para assisti-lo, ao lado da atriz e cantora Letícia Sabatella, no espetáculo Caravana Tonteria
Veja o vídeo em que o instrumentista Zéli Silva convida o internauta do Música em Letras para assisti-lo com o seu quinteto, no dia 10 de março, no JazzB
CARAVANA TONTERIA
O QUE Espetáculo musical com a atriz Letícia Sabatella (composições e voz), Paulo Braga (piano), Zéli Silva (contrabaixo acústico) e o ator Fernando Alves Pinto (serrote, trompete, violão, voz e cajon)
QUANDO Sábados (20/27) de fevereiro, às 21h; e domingos (21/28), às 19h
ONDE Teatro Itália, av. Ipiranga, 344, centro, tel. 3255 1979
QUANTO Sábados, R$ 80,00; meia R$ 40,00. Domingos, R$ 70,00; meia R$ 35,00
ZÉLI SILVA QUINTETO
QUANDO Dia 10 de março, às 21h
ONDE Jazz B, r. General Jardim, 43, tel. (11) 3257-4290, Vila Buarque, São Paulo
QUANTO R$ 35,00