Um ano de blog, saravá!

Em seu aniversário de um ano o Música em Letras ganha uma série de matérias: Música Sagrada. Nela, o intuito é mostrar de maneira didática para os internautas músicas, sons, letras e como isso se relaciona com algumas religiões, seitas e cultos.
Seguindo a linha do blog de não promover a distinção entre gêneros musicais, na série Música Sagrada não há predileção ou devoção a nenhuma dessas práticas. Todas serão abordadas com o mesmo distanciamento e respeito.
O candomblé não poderia faltar nessa série. Afinal, o Música em Letras foi ao ar no dia intitulado, em uma das mais belas canções de Dorival Caymmi (1914-2008), “Dois de Fevereiro”, música que reverencia Iemanjá. O islamismo, que tem suas restrições severas à música, com base no Alcorão, também será abordado. O budismo, com seus mantras detentores de fortes poderes, entre alguns, o da cura, está na lista.
A religião escolhida para abrir a série Música Sagrada é a umbanda. Religião brasileira, traz uma síntese formada por outros movimentos religiosos como o candomblé, o catolicismo e o espiritismo. Seu sincretismo combina o catolicismo com a tradição dos orixás africanos e espíritos de origem indígena.
O Música em Letras esteve no último domingo (31), no Templo Escola de Umbanda Cacique Pena Azul, na rua doutor Miranda de Azevedo, 183, Pompeia, em São Paulo. Lá entrevistou o paulistano, Felipe de Campos, 28, que tem como mentor espiritual o cacique Pena Azul. Pai Felipe, pai de santo há quatro anos, foi filho (iniciado na umbanda) de Rubens Saraceni (1951- 2015), médium e escritor brasileiro. Campos é formado em administração de empresas e tem especialização em comércio exterior.
Na entrevista, Campos falou sobre os sons dessa religião, seus pontos cantados, seus músicos, ritmos, brados, assobios e os instrumentos utilizados, que têm, entre outras funções, a de equalizar o nível energético do lugar onde são entoados, compondo uma bela trilha sonora para seus devotos chamarem e se despedirem das entidades espirituais. Entre as entidades, o caboclo, o preto velho, a criança, o baiano e o marinheiro. Um vídeo mostrando um ponto cantado em homenagem a Iemanjá, aniversariante do dia, também foi realizado. Assista-o no final da matéria.
O TEMPLO
Uma vez por semana, cerca de 50 a 70 pessoas vão ao Templo Escola de Umbanda Cacique Pena Azul, aos sábados, que abre às 18h e não tem hora para fechar. Há dias em que os trabalhos acabam às 20h. Em outros passam das 23h. A regra é atender até a última pessoa. Segundo Campos, o som dos cantos e dos atabaques não incomoda. Nunca houve notificação do PSIU (Programa de Silêncio Urbano) ou coisa parecida. Vizinhos não reclamam. Muitos participam das giras (reuniões).

PAI DE SANTO E MÚSICO TATUADO
Felipe Campos, ou Pai Felipe, não lembra de sua vida sem um instrumento nas mãos. De acordo com relatos de seus familiares, mais ou menos com três anos, ele empunhava sempre uma guitarrinha de brinquedo pelas ruas de Itaquera, bairro paulistano onde nasceu. Seu pai teve que esconder o instrumento. De tanto manuseá-lo, fazia bolhas nos dedos do menino. “Disseram que quando tiravam a guitarrinha de minha mãos eu chorava e esperneava”, contou rindo o músico. Na mesma ocasião sua mediunidade começou a se manifestar: “Eu via seres espirituais, conversava e tocava para eles.”
O menino cresceu e se tornou adepto do rock metal, embora tivesse flertado também com o pop. Suas paixões eram e continuam sendo abanda brasileira de power metal progressivo Angra, a banda norte-americana Megadeth, e a banda britânica de heavy metal Iron Maiden.“Tive bandas autorais, nunca fiz cover. Compunha música e letra. Cheguei a tocar em alguns lugares, mas a faculdade e o chamado para que eu me dedicasse à umbanda foram maiores”, contou Felipe Campos que recentemente voltou a tocar guitarra, instrumento que traz tatuado no braço direito.
No resto do corpo, nenhuma outra tatuagem. Nem relacionada à umbanda, como o nome de um orixá ou uma espada, a ferramenta de Ogum. Nem sequer o tridente de exu. “Tatuagem é outra coisa para mim. Elas não tem a ver com religião, embora muita gente as tenha”, disse Campos.
O pai de santo ostenta a grande e colorida tatuagem há cinco anos. O desenho é de uma guitarra Gibson Les Paul, alada, com uma auréola, flores, além da inscrição “Reason for Live” (razão para viver). “Fiz sabendo que é para o resto da vida. Como nunca vou largar a música, olho para essa tatuagem e gosto cada vez mais. A auréola é para santificar, as asas para voar e as flores entraram como um elemento ligado à terra”, contou o músico que precisou de três sessões, cada uma de duas horas, para realizar o desenho.
Segundo Campos, ele precisou voltar a tocar para não enfartar. Por isso, há seis meses está “desenferrujando” e tocando novamente. “Montei um grupo com guitarra, baixo, bateria e vocal, mas ainda está sem nome. Estamos gravando. No meio do ano, pretendemos lançar músicas na internet”, disse o músico, afirmando que embora autoral esse som apresenta influências perceptíveis da banda Megadeth e de outra banda norte-americana de heavy metal, Avenged Sevenfold, conhecida como A7X.
O guitarrista é frequentador assíduo da rua Teodoro Sampaio, uma das principais vias com lojas de instrumentos musicais, em São Paulo. “Vou sempre lá.Tenho uma guitarra Ibanez modelo Mgm 270, e uma Gibson Les Paul Classic, 76.”
Para Campos, a música é muito parecida com o trabalho mediúnico, pois ambos precisam de inspiração. “Não nego que, às vezes, pego a guitarra e toco coisas que não sabia tocar. A mediunidade não necessariamente tem a ver com o espírito. Ela é simplesmente a capacidade de você lidar com duas realidades diferentes. O mundo das energias, dos sentimentos e das emoções é diferente do nosso. Quem é músico sabe que tocar nos transporta para outra realidade. Por isso, eu entendo tocar como uma atividade mediúnica.”
A MÚSICA E UMBANDA
Perguntado sobre qual a função da música na umbanda, Campos respondeu com uma única frase: “Movimentação energética”. Para ele, não só a música religiosa, mas toda forma de música, movimenta energia. “Ela movimenta um campo energético, vibracional. A música clássica movimenta um determinado padrão de energia. A pop outro, a popular, o funk, todos os gêneros movimentam padrões distintos de energia. A ideia é essa, movimentar energia. A presença da música na umbanda não difere das outras religiões, ou seja, estabelece um padrão energético desejado para uma ação ou atividade. Usamos a música, na umbanda, como recurso energético.”

O PONTO CANTADO DE UMBANDA
Segundo Campos, um ponto de umbanda é uma música ritualística, que além de ser um movimentador energético é uma saudação a uma entidade e a uma linha espiritual. “O ponto é uma saudação dirigida a uma entidade espiritual a ser trabalhada naquele momento. Todas as pessoas entoam esse canto para estabelecer um padrão vibracional no ambiente, favorecendo a manifestação espiritual da entidade ou de uma linha espiritual. Usamos o ponto como um mantra para equalizar a energia e facilitar o contato do mundo material com o mundo espiritual.”
Campos disse ser impossível enumerar quantos pontos existem, pois a cada dia são compostos novos pontos. “A parte musical da umbanda fica um pouco à margem da indústria fonográfica. Não há um controle sobre isso. As pessoas não registram esses novos pontos. Muitos nem sequer são gravados”, disse o pai de santo.
Muitos pontos são compostos de maneira semelhante à música popular, ou seja, a música sem cunho ritualístico. Entretanto, muitas entidades também “mostram” pontos. “É muito comum uma entidade incorporada no médium cantar um ponto que ninguém conhece. Ela nos orienta para que anotemos a letra e o toque que ela quer nos ensinar. Geralmente, nesse momento, é passado o tom e a forma que se canta, assim como a métrica do ponto.”
O pai de santo falou que, muitas vezes, pessoas que têm dificuldade em se expressar musicalmente, aquelas que erram até em um simples “Parabéns para Você”, quando incorporadas, cantam músicas com uma complexidade maior.
Entre os mais famosos compositores de ponto cantado, figura Pai Élcio de Oxalá, atuante em São Paulo, um baluarte da umbanda com mais de 50 anos de experiência e dedicação a ela. “Eu o conheço e realmente ele é o máximo”, disse Campos.
PONTO DE 107 ANOS
O sacerdote acrescentou que há pontos históricos, como um de 107 anos, sem nome oficial, pois a maior parte não tem nomes. “Esse é um ponto de preto velho conhecido como o ‘Cachimbo Tá no Toco’. É o primeiro ponto da umbanda. Na primeira gira (reunião) de umbanda ele foi executado. A fundação da umbanda foi no dia 15 de novembro de 1908. No dia seguinte, houve a primeira gira. Incorporado pelo preto velho Pai Antonio, Zélio Fernandino de Morais (1891-1975), o fundador, com 17 anos, entoou esse ponto”, contou Campos afirmando que muitos outros pontos, tão antigos quanto esse, se perderam. “Eles foram passados pela tradição oral, sem que seja possível saber com exatidão quem foram seus criadores, como surgiram, mas são muito populares.”
Campos falou ainda que dificilmente há partituras dessas músicas, pois as pessoas geralmente escrevem a letra e indicam o toque em que se encaixa. “Hoje há uma profissionalização do toque maior que antes. Há escolas de curimbas, pessoas especializadas nisso.”
Os pontos mais tocados são os das entidades e dos orixás mais conhecidos. “Há pontos que não são de entidades, como os de abertura e de defumação. Toda casa tem abertura espiritual e todos cantam esses pontos”. Contudo, o médium afirmou serem mais executados os pontos de preto velho, caboclo e os de Iemanjá e Ogum, orixás mais cultuados no Brasil, não só na umbanda, mas também por leigos (não iniciados). “Iemanjá e Ogun são conhecidos por muitas pessoas que não são da umbanda ou do candomblé, religiões distintas. Por exemplo, no final do ano, quase o Brasil inteiro pula sete ondas e joga uma rosa no mar para esses orixás, mesmo sem cultuá-los.”

ESTRUTURAS DOS PONTOS
De forma geral, os pontos de umbanda são muito simples musicalmente; há pontos com apenas duas estrofes. Embora alguns sejam mais complexos, geralmente há uma introdução rápida e um refrão imbuído do cerne da energia a ser veiculada. Em sua execução, após a introdução seguida de refrão, há uma alternância entre ambos. A tonalidade depende muito da energia e da vibração em que a peça está sendo executada. Pontos de Iemanjá, por serem relacionados à imagem da mãe, são mais lentos, assim como os de preto velho que carregam a morosidade característica dos anciões. Os de caboclo seguem os arquétipos dos mais jovens, com força e maturidade. Portanto, são pontos com toques mais rápidos e tonalidades mais agudas. “Tudo depende da linha e da energia que se quer estabelecer”, disse Campos.
O tempo de execução de cada ponto depende da cerimônia. Um ponto de “subida”, executado no momento em que as entidades vão se retirar ou marcar o encerramento de um trabalho, demoram mais. “Se você tem 20 médiuns incorporados trabalhando, só paramos de cantar quando os 20 desincorporam”, explicou o pai de santo.
OGÃS E CURIMBAS
Curimba é como se chama o grupo responsável pelos toques e cantos em terreiros de umbanda. Os cantores, os “atabaqueiros” (músicos que tocam atabaque), os que tocam agogô e chocalho.“É como se você falasse o músico e a banda. Na banda, geralmente há o guitarrista, baixista e o baterista. Na curimba, o ogã é um especialista no canto, no toque e na movimentação energética da gira e dos trabalhos. Um ogã-chefe, tem o domínio energético de saber em que momento cantar um determinado ponto. Cada ponto, como cada estilo musical, tem um padrão de energia diferente. O ogã determina qual ponto usar para elevar ou manter esse padrão vibracional, dando mais velocidade ou contendo mais as pessoas. Ele mescla a parte musical e a energia.”
Uma entidade chefe, além de ser responsável pela curimba, é quem determina os toques de subida (de despedida) e de chegada (quando a entidade é chamada para o ritual). Por exemplo, em uma gira de caboclo quem determina o som que vai rolar é o caboclo-chefe que trabalha com o pai da casa. No caso do templo de Campos, o mentor da casa é o cacique Pena Azul, mas o exu Veludo é o responsável pela curimba do espaço. Isso varia de casa para casa e nem sempre é um exu que figura como responsável pela curimba. “Por exemplo, uma entidade mentora pode ser um preto velho, mas a responsabilidade sobre a curimba pode ficar a cargo de um marinheiro”, explicou Campos.
O ogã trabalha em sintonia com a entidade chefe. É comum ambos trocarem olhares durante a gira em busca do equilíbrio do padrão vibracional a ser utilizado.
SEM PRECONCEITO
Uma curiosidade no templo de Campos: o ogã-chefe (assista ao vídeo no fim da matéria) tem descendência oriental. Ele é Milton Tsujimoto, 53, paulistano, professor de educação física e ogã há dois anos. Antes disso, Tsujimoto tocava apenas caixinhas de fósforo, quando bebia cerveja. “Sem a cerveja, não conseguia tocar nem isso”, contou o ogã que trocou seus discos de MPB e rock pelos de pontos cantados de umbanda.
Perguntado se já sofreu algum tipo de preconceito por ser oriundo de orientais Tsujimoto disse que não. “Eu não sofro por não ligar muito para isso, mas percebo por meio de comentários. A umbanda é feita por brasileiros. A população brasileira é uma miscigenação de etnias”, disse o ogã-chefe da casa acrescentando que seus amigos e familiares, muitos budistas e católicos, pensam que ele é espírita.

FORMAÇÃO DO OGÃ
Na umbanda é priorizada a preparação pessoal do ser. Quem guia o devoto em formação é uma entidade espiritual. Se ela diz que uma pessoa está preparada ou é consagrada para iniciar seu estudo sacerdotal, isso é respeitado. O mesmo acontece com relação à indicação para que uma pessoa seja ogã. “Se ela pode tocar, não importa quanto tempo faz isso, respeitamos o pedido da entidade”, disse Campos afirmando não haver idade mínima ou máxima para ser um ogã. Para o médium, “tudo é dedicação. Isso serve para a vida, religião e música. Quanto mais dedicado, mais rápido você pega, aprende, evolui e sobe de grau. A umbanda, nesse quesito, não funciona pela meritocracia”.
PRECEITOS
Há algumas regras de conduta que devem ser aplicadas para os ogãs, para os membros da curimba, médiuns e dirigentes. Esse conjunto de ações é realizado em um tempo que varia de casa para casa. Algumas casas determinam que esses preceitos sejam seguidos 24 horas antes do trabalho, outras solicitam 48 horas.
No templo de Campos, esses preceitos são aplicados 24 horas antes do trabalho. Tudo para que o padrão energético pessoal, baseado nos chacras (polos energéticos do corpo) estejam propícios para o trabalho espiritual. “Por isso, não podemos ter uma alimentação pesada, com ingestão de carnes ou bebidas alcoólicas. Nem nos expormos a algumas energias, como por exemplo, sairmos para baladas, nem termos relações sexuais. Buscamos uma energia mais sutil”, falou o pai de santo.

INSTRUMENTOS
Três atabaques distintos, que seguem uma escala de tamanho, são utilizados na umbanda. Um atabaque maior denominado Rum (grave), o Rum-pi (médio) e o menor Lê (agudos). Há curimbas onde figuram mais que três atabaques, podendo chegar a sete instrumentos. “Pode-se repetir os atabaques, em pares iguais, para se manter a harmonia no toque. O Rum fica com o ogã-chefe, por ser o que mais toca, segura o ponto e também pode chamá-lo. O Rum-pi fica a cargo de alguém com capacidade de tocar mais próxima à do ogã-chefe. O Lê fica para iniciantes, mas todos podem tocá-lo, sem caracterizar que quem o toca é sempre um adepto sem experiência”, explicou Campos que deixa o Lê e o Rum com uma afinação diferenciada para repicarem, dando floreio ao toque.
As estruturas dos atabaques são simples. Basicamente são construídos em madeira, couro (de cabra ou de vaca) e ferragens usadas para afinar. Estica-se o couro em busca de um som mais agudo ou afrouxa-se, deixando-o mais grave. Há atabaques maciços, mas geralmente são construídos com tiras de madeiras, como barricas. O preço varia entre R$ 200 a R$ 500. Segundo Campos, a manutenção desses instrumentos é simples. “Sempre, depois dos rituais, afrouxamos o coro aliviando-o da tensão. Nós os afinamos antes de cada gira. Há ainda uma manutenção direcionada às ferragens que, com o uso, espanam. Tiramos e hidratamos o couro de seis em seis meses, ou pelo menos uma vez ao ano. Há quem os coloque no azeite de dendê, no leite, na água ou passe um óleo vegetal apenas para não ressecar.”
Os atabaques permanecem fincados verticalmente em suportes de madeira que os elevam, permitindo uma melhor vazão do som. Contudo, é possível ver ogãs tocando-os pendurados no corpo. “Em alguns eventos em praças, ou que tenham caminhadas e a mobilidade seja necessária, os ogãs tocam os instrumentos pendurados.”
MEDIUNIDADE SONORA
Segundo o pai de santo, há ótimos músicos em meio aos ogãs. “Os três maiores são de São Paulo. O primeiro deles é o Pai Élcio. Seu forte é o canto e a composição. Destacando-se pelo toque, temos Severino Sena (ex-aluno de Pai Élcio) e Pai Engels de Xangô.”
A base da sonoridade é o atabaque, mas também são usados para complementar e “engrossar” o ritmo, instrumentos como o agogô e o chocalho, que também floreiam durante o toque. “Com eles o som fica mais preenchido, mais harmônico, deixando de ser tão repetitivo”, disse Campos.
Os ogãs que auxiliam Campos são formados no próprio templo. Suas idades variam de 30 a 55 anos. “Muita gente diz que o ogã não pode ser médium. Eu discordo, pois afirmo que todo músico é um médium. Entendo que o ogã talvez tenha uma dificuldade maior se ele for um médium de incorporação, com essa mediunidade muito aflorada. Porque ele pode entoar um canto e, se não tiver preparo e desenvolvimento adequado, ele pode incorporar no meio do toque.”
Brados e assobios também são ferramentas de trabalho utilizadas como mantras, uma espécie de ponte com o plano espiritual. “Às vezes são gritos de guerra ou chamados”, disse Campos.
Uma curiosidade: os atabaques na umbanda não são obrigatórios. “A primeira casa, a do Zélio, nunca teve atabaques. A casa está aberta até hoje, sob o comando da neta dele, e não usa atabaques. Quando muito tem palmas, senão apenas o canto. A própria entidade chefe da casa, o caboclo das Sete Encruzilhadas, deixou o atabaque como opção. Ele disse que quem quiser usá-lo como instrumento, uma ferramenta harmônica, pode, mas não é obrigatório, embora 90% das casas utilizem o instrumento”, falou o pai de santo.
Assista ao vídeo em que Campos (atabaque Rum-pi) entoa um ponto de Iemanjá, além de oferecer um passe energético ao Música em Letras, pelo seu aniversário. Junto a Campos aparecem Milton Tsujimoto, ogã-chefe (atabaque Rum), além de Valdir de Campos, 53, paulistano, securitário aposentado, ogã (atabaque Lê) e pai de Felipe Campos.